Johann Joachim Winckelmann, no século XVIII, estabeleceu os fundamentos para o estudo da história da arte.A sua obra-prima, o Geschichte der Kunst des Alterthums ("História da Arte Antiga"), foi publicada em 1764, e foi rapidamente reconhecida como uma contribuição perene para a história da arte ocidental. Nesta obra, Winckelmann descreve a história da arte Grega e os princípios em que acreditava que ela era baseada, apresentando uma imagem radiante do ambiente político, social e intelectual da época que, em sua opinião, favorecia a criatividade na Grécia Antiga.
A ideia fundamental das suas teorias era que o objectivo da arte é a beleza e que o verdadeiro artista, ao seleccionar da natureza o seu tema, modifica-o e combina-o com a sua imaginação criativa para criar o padrão ideal, caracterizado por uma "simplicidade nobre e grandeza serena" ("edle Einfalt und stille Größe") - um padrão ideal em que as proporções são mantidas, e as partes, tal como os músculos e as veias, não podem quebrar a harmonia do conjunto.
Mas esse tipo de história só se tornou uma disciplina acadêmica a partir de 1844, na Universidade de Berlim.
Depois do século XIX, a arte teve como objetivo retratar a beleza, às criações estéticas. Já no século XX, a arte passou a se referir, principalmente, às artes plásticas.
Toda arte criada é uma conseqüência do trabalho feito pelo homem. Em cada uma delas expressam a personalidade do autor, onde mostram o período em que foram feitas, criadas e suas influências culturais.
Os historiadores de arte, críticos e estudiosos classificam os períodos, estilos ou movimentos artísticos separadamente, para facilitar o entendimento das produções artísticas.Com isso a história da arte pode ser dividida de acordo com a divisão dos períodos da história da humanidade,em Antiga, Medieval, Renascentista e Moderna.
Arte rupestre
A arte rupestre é a primeira demonstração de arte que se tem notícia na história humana. Seus vestígios datam de antes do desenvolvimento das grandes civilizações e tribos, como as do Antigo Egito. Esse tipo de arte era caracterizado por ser feito com materiais como terra vermelha, carvão, e pigmentos amarelos (retirados também da terra). Os desenhos eram realizados em peles de animais, cascas de árvores, e, principalmente, em paredes de cavernas. Retratavam animais, pessoas, e até sinais. Havia cenas de caçadas, de espécies extintas, e em diferentes regiões. Apesar do desenvolvimentos primitivo, podem-se distinguir diferentes estilos, como pontilhado (o contorno das figuras formado por pontos espaçados) ou de contorno contínuo (com uma linha contínua marcando o contorno das figuras). Apesar de serem vistas como mal-feitas e não-civilizadas, as figuras podem ser consideradas um exemplo de sofisticação e inovação para os recursos na época. Não existem muitos exemplos de arte-rupestre preservada, mas com certeza o mais famoso deles é o das cavernas de Lascaux, na França.Características da arte na pré-história e suas diferenças com a arte na atualidade
As características da arte na pré-história podem ser inferidas a partir dos povos que vivem atualmente ou viveram até recentemente na pré-historia (por exemplo, os aborígenes, os índios). Na pré-história, a arte não era algo que pudesse ser separada das outras esferas da vida. Ela não se separava dos mitos, da economia, da política, e essas atividades também não eram separadas entre si. Todas essas esferas formavam um todo em que tudo tinha que ser arte, ter uma estética, porque nada era puramente utilitário, como são hoje um abridor de latas ou uma urna eleitoral. Tudo era ao mesmo tempo mítico, político, econômico e estético. E todos participavam nessas coisas.
A arte como uma palavra que designa uma efera separada de todo o resto só surgiu quando surgiram as castas, classes e Estados, isto é, quando todas aquelas esferas da vida se tornaram especializações de determinadas pessoas: o governante com a política, os camponeses com a economia, os sacerdotes com a religião e os artesãos com a arte. Só aí é que surge a arte "pura", separada do resto da vida, e a palavra que a designa.
Mas antes do renascimento, os artesãos eram muito ligados à economia, muitos eram mercadores e é daí que vem a palavra "artesanato". Então a arte ainda era raramente separável da economia (embora na grécia antiga, a arte tenha chegado a ter uma relativa autonomia), por isso, a palavra "arte" era sinônimo de "técnica", ou seja,"produzir alguma coisa" num contexto urbano. No renascimento, alguns artesãos foram sustentados por nobres, os mecenas (os Médici, por exemplo), apenas para que produzissem arte, uma arte realmente "pura". Surgiu então a arte como a arte que conhecemos hoje, assim como a categoria daqueles que passaram a ser chamados de "artistas".
Arte Antiga
Arte Mesopotâmica
A arte Mesopotâmica desenvolveu-se ao longo de muitos séculos e de diferentes civilizações, não sendo, portanto, muito coesa em suas manifestações. A arquitetura, mais desenvolvida das artes, não era porém tão notável quanto a egípcia. Caracterizou-se pelo exibicionismo e pelo luxo. Construíram templos e palácios, que eram considerados cópias dos existentes nos céus, de tijolos, por ser escassa a pedra na região. O zigurate, torre de vários andares, foi a construção característica das cidades-estados sumerianas. Nas construções, empregavam argila, ladrilhos e tijolos. Entre outros materias,utilizavam tambem a arquitetura. Muitas obras de escultura mesopotâmica se perderam por terem sido executadas em argila. Estátuas de pedra ou outros materiais mais resistentes são raras, e representam sempre a realeza ou altos dignitários.Os povos mesopotâmicos são as civilizações que se desenvolveram na área das terras férteis localizadas entre os rios Tigre e Eufrates, denominada comumente "Mesopotâmia". Entre eles estão os sumérios, os assírios e os babilônicos. Esses povos buscavam regiões férteis, próximas a rios, para desenvolverem suas comunidades. Por isso a região da Mesopotâmia foi escolhida por garantir à população: água para consumo, rios para pescar e via de transporte para os rios, além de um ótimo local pra a agricultura.
Na pintura os artistas se utilizavam de cores claras e reproduziam caçadas, batalhas e cenas da vida dos reis e dos deuses. A produção de objetos de cerâmica alcançou notável desenvolvimento entre os persas, que utilizavam também tijolos esmaltados. Além disso, na Mesopotâmia a ourivesaria era uma das atividades artísticas mais importantes. Estatuetas de cobre, colares e braceletes, assim como utensílios trabalhados em ouro e prata com incrustações de pedras eram muito comuns, e com estilos variados dada a diversidade de povos que ocupou a região.
Arte Assíria
A arte da Assíria, desenvolveu-se no reino (situado onde hoje está o Iraque) que estabeleceu um dos maiores impérios do antigo Oriente Próximo.
No início de sua história, os assírios parecem ter sido dominados pelas civilizações mais poderosas da Babilônia e da Suméria. O império alcançou seu apogeu no governo de Senaqueribe (705-681 a.C.), que reconstruiu a antiga Nínive, trazendo água das montanhas para dentro da cidade através de um elaborado sistema de canais, e criando uma rede de ruas e praças. As escavações arqueológicas comprovam que as construções eram grandiosas e fartamente adornadas com pinturas e esculturas.
Apenas fragmentos das pinturas foram preservados, mas uma considerável quantidade de esculturas sobrevive. Os assírios foram um povo guerreiro e na arte se dedicaram a glorificar seus reis e exércitos; o tipo de trabalho mais característico era uma seqüência de painéis de pedra esculpidos com baixos-relevos representando cenas militares ou de caça. Este tipo de relevo narrativo, disposto em torno de salões governamentais ou pátios, é uma invenção assíria e constitui sua maior contribuição para o mundo da arte.
A outra forma específica de escultura assíria era o Lamassu, um colossal animal alado, com cabeça humana, utilizado aos pares para flanquear a entrada de palácios. A civilização assíria sucumbiu quando sua capital, Nínive, foi capturada pelos babilônios e medas em 612 a.C.
Arte Persa
A civilização persa era predominantemente guerreira, característica que se reflete em suas manifestações artísticas, como a representação mítica de criaturas fantásticas, quase sempre grandes, e poderosos animais, como híbridos de leão, touro e águia, com cabeças humanas, simbolizando seu poderio militar bruto.
O esplendor de sua arte pode ser observado em ruínas de palácios, como nas magníficas escadarias do palacio de Dario I, com imagens feitas com blocos de argila e mármore.
Como na maioria das civilizações da Antiguidade, todo esse luxo era sustentado com base na exploração da classe oprimida dos servos e com o uso do trabalho escravo.
Arte da Babilônia
A arte da Babilônia desenvolveu-se no reino antigo do Oriente Próximo; sua capital era Babilônia, cujas ruínas estão próximas da cidade de Al Hillah, no Iraque. Provavelmente, a cidade foi fundada no quarto milênio a.C., tornando-se o centro de um vasto império no século XVIII a.C., sob o reinado de Hamurabi. O povo babilônio mais antigo era herdeiro direto da civilização suméria, que inspirou a arte da sua primeira dinastia. A partir do século XVII a.C., a Babilônia foi dominada por outros povos e de 722 a 626 a.C. esteve sob o controle da Assíria. A Babilônia atingiu seu período de apogeu e prestígio depois de ter colaborado para a derrota dos assírios.
Nabucodonosor II, cujo reinado se estendeu de 605 a 562 a.C., reconstruiu a capital como uma das maiores cidades da Antiguidade e foi, provavelmente, o responsável pelos famosos jardins suspensos da Babilônia, dispostos de forma engenhosa em terraços elevados, irrigados por canais provenientes do rio Eufrates. A melhor visão do esplendor da arquitetura babilônica pode ser obtida através da Porta de Ishtar (575 a.C.) uma luxuosa estrutura de tijolos esmaltados reconstruída no Museu Staatliche, na antiga Berlim Oriental. Era a mais grandiosa das 8 portas que serviam de entrada para a Babilônia.
Arte Céltica
A arte dos celtas, povos antigos da Europa Central e Ocidental; no período pré-romano habitavam grande parte da Europa, inclusive Inglaterra, Gália, partes de Portugal e da Espanha, Alemanha, República Tcheca e Eslováquia. Um tipo diferente de arte céltica batizada em homenagem a La Tène, na Suíça, desenvolveu-se primeiro no século V a.C., basicamente em trabalhos de metal, um campo no qual os celtas mostraram extraordinária habilidade. Os celtas ornavam objetos de uso comum, como armas, armaduras, canecas e jarras, e faziam também algumas jóias, trabalhando principalmente em bronze e ouro e empregando sofisticadas técnicas de incrustação. Os motivos vinham de diversas fontes, mas foram transformados pela criatividade celta, que se deliciava com fortes desenhos geométricos e espirais, muitas vezes combinados com formas animais estilizadas, em elementos abstratos. As figuras humanas eram raras e sempre representadas de maneira um tanto abstrata. A conquista romana tendeu a converter as formas nativas num classicismo provincial, fazendo com que a tradição celta sobrevivesse com mais força nas áreas extremas da Europa, de modo especial na Irlanda, fora do Império Romano.
Quando os missionários cristãos se estabeleceram na Irlanda, durante a Idade Média, a arte que levaram para lá mesclou-se com elementos celtas, formando um típo único de arte. Ainda restam vários manuscritos celtas para comprovar esta fusão de estilos. O mais marcantes desses manuscritos são os capitulares (primeiras letras de cada capítulo), que eram ornadas com extrema complexidade.
Arte Germânica
Arte dos povos germânicos ou arte bárbara refere-se à arte dos povos conhecidos genericamente como bárbaros (mongóis, vândalos, alanos, francos, germânicos e suecos entre outros) que, depois da queda do Império Romano, avançaram definitivamente sobre a Europa. Esses grupos, essencialmente nômades, não demoraram a assimilar a cultura e a religião (Cristianismo) dos povos conquistados, ao mesmo tempo que lhes transmitiam seus próprios traços culturais, o que deu origem a uma arte completamente diferente, que assentaria as bases para a arte européia dos séculos VIII e IX: o estilo românico. Foi também a partir dessa época que artistas e artesãos se organizaram em oficinas supervisionadas pela Igreja, origem das corporações de ofício que perdurariam por quase mil anos.esse site não é confiavel!
O fato de não possuírem um habitat fixo influenciou grandemente os costumes e expressões artísticas dos bárbaros. Era notável sua destreza naquelas disciplinas que permitiam a fabricação de objetos facilmente transportáveis, fossem eles de luxo ou utilitários. Assim, não é de admirar que tenham sobressaído na ourivesaria, na fundição e moldagem de metais, tanto para a fabricação de armas quanto de jóias, e nas técnicas de decoração correspondentes, como a tauxia ou damasquinagem, a esmaltação, a entalhadura e a filigrana.
Todos esses povos tiveram uma origem comum na civilização celta, que desde o século V a.C. até a dominação romana se estabeleceu na Europa de norte a sul e de leste a oeste. Em suas crônicas, os romanos os descrevem como temíveis guerreiros e hábeis fundidores de metais. Uma vez dominados, uma boa parte da população foi assimilada pelo império e outra fugiu para o norte. Somente quando o império começou a ruir conseguiram penetrar em suas fronteiras e estabelecer numerosos reinos, dos quais se originaram, em parte, as nacionalidades européias.
A Europa entrou assim num dos períodos históricos mais obscuros, a meio caminho entre a religiosidade, agora em parte aceita, dos primeiros cristãos e a beligerância selvagem dos novos senhores. Mais tarde sofreria também o açoite dos vikings dinamarqueses vindos do norte, em perpétua luta contra os francos e os eslavos ocidentais. Por seu lado, a Igreja ia ganhando posições com a proliferação de mosteiros exatamente onde os mais temíveis exércitos não conseguiam vencer as batalhas: as ilhas britânicas e o leste da Europa.
Arte Egípcia
A arte egípcia refere-se à arte desenvolvida e aplicada pela civilização do antigo Egipto localizada no vale do rio Nilo no Norte da África. Esta manifestação artística teve a sua supremacia na religião durante um longo período de tempo, estendendo-se aproximadamente pelos últimos 3000 anos antes de Cristo e demarcando diferentes épocas que auxiliam na clarificação das diferentes variedades estilísticas adoptadas: Período Arcaico, Império Antigo, Império Médio, Império Novo, Época Baixa, Período Ptolemaico e vários períodos intermédios, mais ou menos curtos, que separam as grandes épocas, e que se denotam pela turbulência e obscuridade, tanto social e política como artística. Mas embora sejam reais estes diferentes momentos da história, a verdade é que incutem somente pequenas nuances na manifestação artística que, de um modo geral, segue sempre uma vincada continuidade e homogeneidade.
O tempo e os acontecimentos históricos encarregaram-se de ir eliminando os vestígios desta arte ancestral, mas, mesmo assim, foi possível redescobrir algo do seu legado no século XIX, em que escavações sistemáticas trouxeram à luz obras capazes de fascinar investigadores, coleccionadores e mesmo o olhar amador. A partir do momento em que se decifram os hieróglifos na Pedra de Roseta é possível dar passos seguros a caminho da compreensão da cultura, história, mentalidade, modo de vida e naturalmente da motivação artística dos antigos egípcios.
Arte Egeia
Arte cicládica - Arquipelago das Cíclafsdfasedfdes, Idade do bronze (2500-1600 a.C.).
- Objectos em cerâmica (vasos, cálices, etc) de decoração geométrica (linhas, curvas, espirais).
- Pequenos ídolos em mármore de linhas sintéticas com nariz destacado em relevo.
Arte minóica - Arte cretense (Ilha de Creta), Idade do bronze (2300-100 a.C.).
- Pintura mural decorativa de harmonia e movimento, cores vivas e vista frontal associada à arquitectura palaciana (de estrutura informal e prática).
- Peças de cerâmica, pouca escultura (pequenas figuras em argila e terracota, vasilhas).
- Temáticas do quotidiano, mundo animal (marítimo), religião (devotiva e ritual).
Arte micénica - Aqueus estabelecidos em território grego, Idade do bronze.
- Principal centro em Micenas, influência da arte minóica.
- Arquitectura monumental, pintura sem leveza da arte cretense, temática militar e narrativa.
Arte Fenícia
A arte fenícia refere-se à expressão artística dos Fenícios um povo semita do mundo antigo. Sua origem é desconhecida, mas se estabeleceu na Fenícia (região mediterrânea correspondente ao Líbano, Síria e Israel) por volta de 3000 a.C. Os Fenícios eram altamente civilizados (inventaram um sistema de escrita anterior ao alfabeto moderno) e eram hábeis comerciantes marítimos, chegando a fundar colônias através do Mediterrâneo, principalmente Cartago. Atingiram o auge do poderio entre 1200 e 800 a.C.. Foram conquistados pelos Persas no século VI a.C.
Sua arte mais típica é representada nos escaravelhos de jaspe verde, encontrados principalmente nos cemitérios cartagineses da Sardenha e de Ibiza. No período helenístico, destacaram-se na confecção de sofisticados sarcófagos de mármore e ficaram famosos como artistas e artesãos, mas poucos trabalhos em larga escala sobreviveram até nossos dias. No entanto, graças à sua atividade mercantil, os pequenos artefatos chegaram a se difundir pelo mundo mediterrâneo, muitos deles encontrados em escavações. Sobressaíram-se também na confecção de objetos de luxo, como jóias, estatuetas, garrafas de vidro e alabastro, caixas de marfim e recipientes de bronze.
Arte da Antiguidade Clássica
A arte e cultura clássicas, muitas vezes denominadas como Antiguidade Clássica, constituem o estilo artístico e cultura predominantes na Grécia Antiga entre os séculos VI e IV a.C. e a sua herança continuada pelos diversos períodos político-culturais da Roma Antiga.
Na antiguidade greco-romana não se vislumbrava qualquer diferenciação entre arte e técnica, o mesmo é dizer, entre artista e artesão. A teknê grega, bem como a ars latina referiam-se não só a uma habilidade, a um saber fazer, a uma espécie de conhecimento técnico, mas também ao trabalho, à profissão, ao desempenho de uma tarefa. O técnico era aquele que executava um trabalho, fazendo-o com uma espécie de perfeição ou estilo, em virtude de possuir o conhecimento e a compreensão dos princípios envolvidos no desempenho. Sempre associada ao trabalho dos artesãos, a arte era susceptível de ser aprendida e aperfeiçoada, até se tornar uma competência especial na produção de um objeto. Por não resultarem apenas de uma competência ou mestria obtidas por aprendizagem, mas sobretudo do bafejo de um talento pessoal, a composição musical e a poesia não faziam parte da arte, era emocionalista.
Arte Etrusca
A arte etrusca refere-se à arte da antiga civilização da Etrúria localizada na Itália central (atual Toscana) e que teve o seu apogeu artístico entre os século VIII e II a.C..
As origens deste povo, e consequentemente do estilo, remontam aos povos que habitavam a região (ou a partir dela se deslocaram) da Ásia menor durante a Idade do Bronze e Idade do Ferro, mas também outras culturas influenciaram a sua arte (por proximidade ou contato comercial), como a grega, fenícia,egípcia , assíria e a oriental. Mas o seu aparente carácter helenistico simples (visto o seu florescimento coincidir com o período arcaico grego) esconde um estilo único e inovador de características muito próprias que viria a influenciar profundamente a arte romana e pela qual estaria já totalmente absorvido no século I a.C..
Até à actualidade muita da herança etrusca se foi perdendo e as peças e vestígios que hoje se conhecem podem dar apenas uma ideia parcial do que seria em plenitude a arte desta civilização. A maior parte do espólio etrusco advém de escavações arqueológicas em necrópoles (Cerveteri, Tarquinia, Populonia, Orvieto, Vetulonia, Norchia) trazendo à luz acima de tudo peças e construções de carácter religioso relacionadas com o culto funerário.
Arte Grega
Arte Grega
Por arte da Grécia antiga compreende-se as manifestações culturais de arte e arquitetura daquele país desde o início da Idade do Ferro (século XI a.C.) até o final do século I a.C. Antes disso (Idade do Bronze), a arte grega do continente e das ilhas (excetuando-se Creta, onde havia uma tradição diferente chamada arte minóica) é conhecida como arte micênica, e a arte grega mais tardia, chamada helenística, é considerada integrante da cultura do Império Romano (arte romana).
Os gregos, inicialmente um conjunto de tribos relativamente autônomas que apresentavam fatores culturais comuns, como a língua e a religião, instalaram-se no Peloponeso nos inícios do primeiro milênio antes de Cristo, dando início a uma das mais influentes culturas da Antiguidade.
Após a fase orientalizante (de 1100 a 650 a.C.), cujas manifestações artísticas foram inspiradas pela cultura mesopotâmica, a arte grega conheceu um primeiro momento de maturidade durante o período arcaico, que se prolongou até 475 a.C. Marcado pela expansão geográfica, pelo desenvolvimento econômico e pelo incremento das relações internacionais, assistiu-se nesta altura à definição dos fundamentos estéticos e formais que caracterizarão as posteriores produções artísticas gregas.
Após as guerras com os Persas, a arte grega adquiriu maior independência em relação às outras culturas mediterrânicas e expandiu-se para todas as suas colônias da Ásia Menor, da Sicília e de Itália (conjunto de territórios conhecidos por Magna Grécia).
Protagonizado pela cidade de Atenas, sob o forte patrocínio de Péricles, o último período artístico da Grécia, conhecido por Fase Clássica, estendeu-se desde 475 a.C. até 323 a.C., ano em que o macedônico Alexandre Magno conquistou as cidades-estados do Peloponeso.
As manifestações artísticas gregas, que conheceram grande unidade ideológica e morfológica, encontraram os seus alicerces numa filosofia antropocêntrica de sentido racionalista que inspirou as duas características fundamentais deste estilo: por um lado a dimensão humana e o interesse pela representação do homem e, por outro, a tendência para o idealismo traduzido na adoção de cânones ou regras fixas (análogas às leis da natureza) que definiam sistemas de proporções e de relações formais para todas as produções artísticas.
ARQUITETURA
As edificações que despertaram maior interesse são os templos. A característica mais evidente dos templos gregos é a simetria entre o pórtico de entrada e o dos fundos. O templo era construído sobre uma base de três degraus. O degrau mais elevado chamava-se estilóbata e sobre ele eram erguidas as colunas. As colunas sustentavam um entablamento horizontal formado por três partes: a arquitrave, o friso e a cornija. As colunas e entablamento eram construídos segundo os modelos da ordem dórica, jônica e coríntia.
- Ordem Dórica - era simples e maciça. O fuste da coluna era monolítico e grosso. O capitel era uma almofada de pedra. Nascida do sentir do povo grego, nela se expressa o pensamento. Sendo a mais antiga das ordens arquitetônicas gregas, a ordem dórica, por sua simplicidade e severidade, empresta uma idéia de solidez e imponência
- Ordem Jônica - representava a graça e o feminino. A coluna apresentava fuste mais delgado e não se firmava diretamente sobre o estilóbata, mas sobre uma base decorada. O capitel era formado por duas espirais unidas por duas curvas. A ordem dórica traduz a forma do homem e a ordem jônica traduz a forma da mulher.
- Ordem Coríntia - o capitel era formado com folhas de acanto e quatro espirais simétricas, muito usado no lugar do capitel jônico, de um modo a variar e enriquecer aquela ordem. Sugere luxo e ostentação.
Os principais monumentos da arquitetura grega:
a) Templos, dos quais o mais importante é o Partenon de Atenas. Na Acrópole, também, se encontram as Cariátides homenageavam as mulheres de Cária.
b) Teatros, que eram construídos em lugares abertos (encosta) e que compunham de três partes: a skene ou cena, para os atores; a konistra ou orquestra, para o coro; o koilon ou arquibancada, para os espectadores. Um exemplo típico é o Teatro de Epidauro, construído, no séc. IV a.C., ao ar livre, composto por 55 degraus divididos em duas ordens e calculados de acordo com uma inclinação perfeita. Chegava a acomodar cerca de 14.000 espectadores e tornou-se famoso por sua acústica perfeita.
c) Ginásios, edifícios destinados à cultura física.
d) Praça - Ágora onde os gregos se reuniam para discutir os mais variados assuntos, entre eles; filosofia.
PINTURA
A pintura grega encontra-se na arte cerâmica. Os vasos gregos são também conhecidos não só pelo equilíbrio de sua forma, mas também pela harmonia entre o desenho, as cores e o espaço utilizado para a ornamentação. Além de servir para rituais religiosos, esses vasos eram usados para armazenar, entre outras coisas, água, vinho, azeite e mantimentos. Por isso, a sua forma correspondia à função para que eram destinados:
- Ânfora - vasilha em forma de coração, com o gargalo largo ornado com duas asas;
- Hidra - (derivado de ydor, água) tinha três asas, uma vertical para segurar enquanto corria a água e duas para levantar;
- Cratera - tinha a boca muito larga, com o corpo em forma de um sino invertido, servia para misturar água com o vinho (os gregos nunca bebiam vinho puro), etc.
As pinturas dos vasos representavam pessoas em suas atividades diárias e cenas da mitologia grega. O maior pintor de figuras negras foi Exéquias.
A pintura grega se divide em três grupos:
1) figuras negras sobre o fundo vermelho
2) figuras vermelhas sobre o fundo negro
3) figuras vermelhas sobre o fundo branco
ESCULTURA
A estatuária grega representa os mais altos padrões já atingidos pelo homem. Na escultura, o antropomorfismo - esculturas de formas humanas - foi insuperável. As estátuas adquiriram, além do equilíbrio e perfeição das formas, o movimento.
No Período Arcaico os gregos começaram a esculpir, em mármores, grandes figuras de homens. Primeiramente aparecem esculturas simétricas, em rigorosa posição frontal, com o peso do corpo igualmente distribuído sobre as duas pernas. Esse tipo de estátua é chamado Kouros (palavra grega: homem jovem).
No Período Clássico passou-se a procurar movimento nas estátuas, para isto, se começou a usar o bronze que era mais resistente do que o mármore, podendo fixar o movimento sem se quebrar. Surge o nu feminino, pois no período arcaico, as figuras de mulher eram esculpidas sempre vestidas.
Período Helenístico podemos observar o crescente naturalismo: os seres humanos não eram representados apenas de acordo com a idade e a personalidade, mas também segundo as emoções e o estado de espírito de um momento. O grande desafio e a grande conquista da escultura do período helenístico foi a representação não de uma figura apenas, mas de grupos de figuras que mantivessem a sugestão de mobilidade e fossem bonitos de todos os ângulos que pudessem ser observados.
Os principais mestres da escultura clássica grega são:
- Praxíteles, celebrado pela graça das suas esculturas, pela lânguida pose em “S” (Hermes com Dionísio menino), foi o primeiro artista que esculpiu o nu feminino.
- Policleto, autor de Doríforo - condutor da lança, criou padrões de beleza e equilíbrio através do tamanho das estátuas que deveriam ter sete vezes e meia o tamanho da cabeça.
- Fídias, talvez o mais famoso de todos, autor de Zeus Olímpico, sua obra-prima, e Atenéia. Realizou toda a decoração em baixos-relevos do templo Partenon: as esculturas dos frontões, métopas e frisos.
- Lisipo, representava os homens “tal como se vêem” e “não como são” (verdadeiros retratos). Foi Lisipo que introduziu a proporção ideal do corpo humano com a medida de oito vezes a cabeças.
- Miron, autor do Discóbolo - homem arremessando o disco.
Para seu conhecimento:
Mitologia: Zeus: senhor dos céus; Atenéia: deusa da guerra; Afrodite: deusa do amor; Apolo: deus das artes e da beleza;
Posseidon: deus das águas; entre outros.
Olimpíadas: Realizavam-se em Olímpia, cada 4 anos, em honra a Zeus. Os primeiros jogos começaram em 776 a.C. As festas olímpicas serviam de base para marcar o tempo.
Teatro: Foi criada a comédia e a tragédia. Entre as mais famosas: Édipo Rei de Sófocles.
Música: Significa a arte das musas, entre os gregos a lira era o instrumento nacional.
Arte helenística
É o termo aplicado à arte e arquitetura gregas ou de inspiração grega a partir do final do século IV até o final do século I a.C. Um grande número de conhecidas obras de arte gregas, tais como Laocoonte e seus filhos, a Vênus de Milo e a Vitória de Samotrácia, são deste período.
No período helenístico, quando a civilização grega espalhou-se através do Mediterrâneo e Oriente Próximo, algumas obras, como a Vênus de Milo (150 a.C.), preservaram as antigas tradições. A Vitória de Samotrácia (200 a.C.) é grandiosa na percepção e cheia de vida. Um sentimento pleno de emoção e movimento aparece na batalha dos deuses e gigantes no grande Altar de Pérgamo (século III a.C.), hoje em Berlim, e no grupo de Laocoonte, bem mais tardio, no Vaticano.
A pintura do período helenístico é bem conhecida a partir dos túmulos do sul da Rússia, Macedônia e Alexandria, bem como através de cópias encontradas nos sítios arqueológicos de Herculano e Pompéia. Certos mosaicos, contudo, demonstram a grandiosidade da pintura do período. Um exemplo é o Mosaico de Alexandre, descoberta em Pompéia, é baseada em uma pintura helenística.
A cultura helenística logo desenvolveu uma arte pela arte, tornando-se mais decorativa e suntuosa. Os elementos religiosos passaram a segundo plano. Segundo Plínio, a arte helenística estava em todos os lugares, de casas até sapatarias.
A maior preocupação dos helenísticos era a fidelidade com a realidade e eles tendiam a pintar ações dramáticas e violentas. Esse estilo é exemplificado nas esculturas do período.
Arte Romana
A arte da antiga roma, referente à época artística do Império romano do ocidente, foi muito influenciada pela cultura da Grécia antiga e também foi influenciada pelos etruscos e mais tarde pela cultura helénista e estende-se do século VIII a.C ao século IV d.C. difundindo-se por diversas expressões artísticas desde a construção de diversas tipologias de edifícios públicos, pintura afresco à escultura, etc.
Após o reconhecimento da religião cristã, o movimento artístico do paleocristianismo vai acabar por tomar o lugar da expressão anterior. Assim como noutros pontos os Romanos, também influenciados por outros povos, especialmente os gregos, com quem contactaram não deixaram de ser originais. Mas os Romanos pensavam de maneira diferente em relação aos Gregos que pensavam «as coisas úteis devem ser belas» mas os Romanos pensavam que « as coisas belas deviam ser úteis». Este é um dos exemplos da arte romana.
A pintura da Roma Antiga é um tópico da história da pintura ainda pouco compreendido, pois seu estudo é prejudicado pela escassez de relíquias. Boa parte do que hoje sabemos sobre a pintura romana se deve a uma tragédia natural. Quando o vulcão Vesúvio entrou em erupção no ano 79 d.C. soterrou duas prósperas cidades, Pompéia e Herculano. Grande parte da população pereceu, mas as edificações foram parcialmente preservadas sob as cinzas e a lava endurecida, e com elas suas pinturas murais decorativas. A partir do estudo desse acervo remanescente se pôde formar um panorama bastante sugestivo da fértil e diversificada vida artística da Roma Antiga entre fins da República e o início do Império, mas esse conjunto de obras é na verdade apenas uma fração mínima da grande quantidade de pintura produzida em todo o território romano no curso de sua longa história, e justamente por essa fração ser muito rica, faz lamentar a perda de testemunhos mais significativos e abundantes dos períodos anterior e posterior, em outras técnicas além do afresco e de outras regiões romanizadas para além da Campânia.
Roma desde sua origem fora uma ávida consumidora e produtora de arte. Iniciando sua história sob o domínio etrusco, desenvolveu uma arte que lhes era largamente devedora, a qual era por sua vez uma derivação da arte grega arcaica. Assim que conquistou sua independência entrou em contato direto com a cultura grega clássico-helenista, passando a assimilar seus princípios em todos os campos artísticos, inclusive na pintura. Tornou-se uma praxe a cópia de obras célebres e a variação sobre técnicas e temas gregos, e, segundo os relatos, a produção era enorme, a importação de originais também e pinturas gregas eram presas altamente cobiçadas na esteira das conquistas militares. Por causa dessa continuidade deve-se a Roma muito do que sabemos sobre a pintura grega, já que desta cultura não restou mais que um punhado de originais em território grego. Porém, o que foi importado ou produzido pelos romanos em imitação dos gregos também se perdeu quase completamente, o mesmo ocorrendo com a sua produção original. Ainda podemos ver alguns afrescos esparsos e fragmentários espalhados em toda área antigamente dominada pelos romanos, mas se não fosse pela preservação de Pompéia e Herculano em tão bom estado, cujos murais são numerosos e de grande qualidade, a idéia que temos hoje da pintura tanto da Grécia Antiga como da própria Roma Antiga teria de se basear quase apenas em descrições literárias.
A pintura romana exerceu uma influência significativa na evolução da pintura ocidental. Sua tradição reemergiu em vários momentos da história ao longo de muitos séculos, sendo especialmente importante na gestação da arte paleocristã, bizantina e românica, e dando muitos subsídios para os pintores do Renascimento, do Neoclassicismo e do Romantismo. Hoje o estudo da pintura romana ainda está em progresso; já foram publicados diversos livros e artigos sobre o assunto, mas um compêndio sobre o mundo romano publicado em 2001 pela Universidade de Oxford considerava a obra de Roger Ling, Roman Painting (1991), o único estudo extenso e sério disponível escrito sob critérios atualizados, e assim ainda há muito por desvendar e entender em termos de usos e significados. Contudo, a multiplicação das escavações arqueológicas e o aperfeiçoamento dos métodos analíticos prometem trazer mais dados a um campo de grande interesse artístico, histórico e social.
A arquitetura romana deriva da arquitetura grega, embora diferenciando-se nas suas características próprias. Alguns autores agrupam ambos estilos designando-os por arquitetura clássica. Alguns tipos de edifícios característicos deste estilo propagaram-se por toda a Europa, nomeadamente o aqueduto, a basílica, a estrada romana, o domus, arcos do triunfo e o Panteão.
Os monumentos romanos se caracterizam muito pela solidez; aprenderam com os etruscos o emprego do arco, assim como a abóbada ou teto curvo, que os gregos e egípcios não conheceram. Construíram também catacumbas, fontes, obeliscos, pontes e templos.
Arte do Cristianismo
A arte dos primórdios do Cristianismo, praticada por homens do povo, em sua maioria autodidatas, ou sem qualquer tipo de técnica, cumpria a tarefa, determinada pela Disciplina do Arcano, de não deixar explícita qualquer aparência dos mistérios da religião. Ocultou-se, por trás de símbolos (apropriados e re-significados em muitos casos), a doutrina da nascente religião. A partir daí, o simbolismo, algo extremamente poderoso e útil, em especial à linguagem religiosa, passou a ser largamente utilizado pelos cristãos e muitos dos símbolos utilizados pela Igreja, hoje, são produtos da época das perseguições a estes nos tempos do Império Romano, antes de Constantino e o Édito de Milão de 313.
Arte paleocristã
A Arte paleocristã ou Arte cristã primitiva é a arte, arquitetura, pintura e escultura produzida por cristãos ou sob o patrocínio cristão desde o inicio do século II até o final do século V. Não há arte cristã sobrevivente no século I. Após aproximadamente o final do século V a arte cristã mostra o início do estilo artístico bizantino.
Antes do inicio do século II os cristãos, sendo um grupo minoritário perseguido, pode ter sido coagido por sua posição há não produzir obras de arte duradouras. Uma vez que nesse período o cristianismo era uma religião exclusiva das classes mais baixas, a falta de arte sobrevivente pode refletir uma falta de recursos para patrociná-la. Os primeiros indícios claros na afirmação de um estilo próprio cristão surgem em inícios do século II, sendo seu expoente as pinturas murais nas catacumbas romanas, lugar de culto e refúgio cristãos. Normalmente os primeiros cristãos representavam o corpo humano de maneira proporcional e bidimensional, por vezes adaptando elementos da arte pagã, e obviamente harmonizando-os com os ensinamentos cristãos, bem como também desenvolveram sua própria iconografia, por exemplo, símbolos como o peixe (Ictus).
Arte Copta
A arte copta é a arte dos povos cristianizados no Egipto, que se desenvolveu entre os séculos IV e VII. Este estilo baseia-se na arte greco-romana tendo sido também influenciado pela arte síria e do Próximo Oriente. Desenvolvem-se principalmente peças decorativas parietais (têxteis), iluminuras e peças em marfim.
O termo Renascimento é comumente aplicado à civilização européia que se desenvolveu entre 1300 e 1650. Além de reviver a antiga cultura greco-romana, ocorreram nesse período muitos progressos e incontáveis realizações no campo das artes, da literatura e das ciências, que superaram a herança clássica. O ideal do humanismo foi sem duvida o móvel desse progresso e tornou-se o próprio espírito do Renascimento. Trata-se de uma volta deliberada, que propunha a ressurreição consciente (o re-nascimento) do passado, considerado agora como fonte de inspiração e modelo de civilização. Num sentido amplo, esse ideal pode ser entendido como a valorização do homem (Humanismo) e da natureza, em oposição ao divino e ao sobrenatural, conceitos que haviam impregnado a cultura da Idade Média.
Características gerais:
* Racionalidade
* Dignidade do Ser Humano
* Rigor Científico
* Ideal Humanista
* Reutilização das artes greco-romana
ARQUITETURA-
Os arquitetos renascentistas perceberam que a origem de construção clássica estava na geometria euclidiana, que usava como base de suas obras o quadrado, aplicando-se a perspectiva, com o intuito de se obter uma construção harmônica. Apesar de racional e antropocêntrica, a arte renascentista continuou cristã, porém as novas igrejas adotaram um novo estilo, caracterizado pela funcionalidade e portanto pela racionalidade, representada pelo plano centralizado, ou a cruz grega. Os palácios também foram construídos de forma plana tendo como base o quadrado, um corpo sólido e normalmente com um pátio central, quadrangular, que tem a função de fazer chegar a luz às janelas internas.
ESCULTURA-
Pode-se dizer que a escultura é a forma de expressão artística que melhor representa o renascimento, no sentido humanista. Utilizando-se da perspectiva e da proporção geométrica, destacam-se as figuras humanas, que até então estavam relegadas a segundo plano, acopladas às paredes ou capitéis. No renascimento a escultura ganha independência e a obra, colocada acima de uma base, pode ser apreciada de todos os ângulos.
Dois elementos se destacam: a expressão corporal que garante o equilíbrio, revelando uma figura humana de músculos levemente torneados e de proporções perfeitas; e as expressões das figuras, refletindo seus sentimentos. Mesmo contrariando a moral cristã da época, o nu volta a ser utilizado refletindo o naturalismo.
Encontramos várias obras retratando elementos mitológicos, como o Baco, de Michelangelo, assim como o busto ou as tumbas de mecenas, reis e papas.
PINTURA-
Duas grandes novidades marcam a pintura renascentista: a utilização da perspectiva, através da qual os artistas conseguem reproduzir em suas obras, espaços reais sobre uma superfície plana, dando a noção de profundidade e de volume, ajudados pelo jogo de cores que permitem destacar na obra os elementos mais importantes e obscurecer os elementos secundários, a variação de cores frias e quentes e o manejo da luz permitem criar distâncias e volumes que parecem ser copiados da realidade; e a utilização da tinta à óleo, que possibilitará a pintura sobre tela com uma qualidade maior, dando maior ênfase à realidade e maior durabilidade às obras.
Em um período de ascensão da burguesia e de valorização do homem no sentido individualista, surgem os retratos ou mesmo cenas de família, fato que não elimina a produção de caráter religioso, particularmente na Itália. Nos Países Baixos destacou-se a reprodução do natural de rostos, paisagens, fauna e flora, com um cuidado e uma exatidão assombrosos, o que acabou resultando naquilo a que se deu o nome de Janela para a Realidade.
As obras de Antonio Allegri refletem bem o espírito do renascimento, caracterizadas por elementos que remontam ao passado clássico, elementos religiosos e por grande sensualidade, destacando a perfeição das formas e a beleza do corpo, junto a presença de anjos.
Curiosidades-
- A Capela Sistina foi construída por ordem de Sisto IV (retangular 40 x 13 x 20 altura). E é na própria Capela que se faz o Conclave: reunião com os cardeais após a morte do Papa para proceder a eleição do próximo. Lareira que produz fumaça negra - que o Papa ainda não foi escolhido; fumaça branca - que o Papa acaba de ser escolhido, avisa o povo na Praça de São Pedro, no Vaticano
- Michelângelo dominou a escultura e o desenho do corpo humano maravilhosamente bem, pois tendo dissecado cadáveres por muito tempo, assim como Leonardo da Vinci, sabia exatamente a posição de cada músculo, cada tendão, cada veia.
- Além de pintor, Leonardo da Vinci, foi grande inventor. Dentre as suas invenções estão: “Parafuso Aéreo”, primitiva versão do helicóptero, a ponte elevadiça, o escafandro, um modelo de asa-delta, etc.
- Quando deparamos com o quadro da famosa MONALISA não conseguimos desgrudar os olhos do seu olhar, parece que ele nos persegue. Por que acontece isso? Será que seus olhos podem se mexer? Este quadro foi pintado, pelo famoso artista e inventor italiano Leonardo da Vinci (1452-1519) e qual será o truque que ele usou para dar esse efeito? Quando se pinta uma pessoa olhando para a frente (olhando diretamente para o espectador) tem-se a impressão que o personagem do quadro fixa seu olhar em todos. Isso acontece porque os quadros são lisos. Se olharmos para a Monalisa de um ou de outro lado estaremos vendo-a sempre com os olhos e a ponta do nariz para a frente e não poderemos ver o lado do seu rosto. Aí está o truque em qualquer ângulo que se olhe a Monalisa a veremos sempre de frente.
Arte da Idade Média
Durante a Idade Média (século V ao XV), a arte européia foi marcada por uma forte influência da Igreja Católica. Esta atuava nos aspectos sociais, econômicos, políticos, religiosos e culturais da sociedade. Logo, a arte medieval teve uma forte marca temática: a religião. Pinturas, esculturas, livros, construções e outras manifestações artísticas eram influenciados e supervisionados pelo clero católico.
Arte Islâmica
No ano de 622, o profeta Maomé se exilou (hégira) na cidade de Yatrib e para aquela que desde então se conhece como Medina (Madinat al-Nabi, cidade do profeta). De lá, sob a orientação dos califas, sucessores do profeta, começou a rápida expansão do Islã até a Palestina, Síria, Pérsia, Índia, Ásia Menor, Norte da África e Espanha. De origem nômade, os muçulmanos demoraram certo tempo para estabelecer-se definitivamente e assentar as bases de uma estética própria com a qual se identificassem.
Ao fazer isso, inevitavelmente devem ter absorvido traços estilísticos dos povos conquistados, que no entanto souberam adaptar muito bem ao seu modo de pensar e sentir, transformando-os em seus próprios sinais de identidade. Foi assim que as cúpulas bizantinas coroaram suas mesquitas, e os esplêndidos tapetes persas, combinados com os coloridos mosaicos, as decoraram. Aparentemente sensual, a arte islâmica foi na realidade, desde seu início, conceitual e religiosa.
No âmbito sagrado evitou-se a arte figurativa, concentrando-se no geométrico e abstrato, mais simbólico do que transcendental. A representação figurativa era considerada uma má imitação de uma realidade fugaz e fictícia. Daí o emprego de formas como os arabescos, resultado da combinação de traços ornamentais com caligrafia, que desempenham duas funções: lembrar o verbo divino e alegrar a vista. As letras lavradas na parede lembram o
neófito, que contempla uma obra feita para deus.
Na complexidade de sua análise, a arte islâmica se mostra, no início, como exclusividade das classes altas e dos príncipes mecenas, que eram os únicos economicamente capazes de construir mesquitas, mausoléus e mosteiros. No entanto, na função de governantes e guardiães do povo e conscientes da importância da religião como base para a organização política e social, eles realizavam suas obras para a comunidade de acordo com os preceitos muçulmanos: oração, esmola, jejum e peregrinação.
ARQUITETURA
As mesquitas (locais de oração) foram construídas entre os séculos VI e VIII, seguindo o modelo da casa de Maomé em Medina: uma planta quadrangular, com um pátio voltado para o sul e duas galerias com teto de palha e colunas de tronco de palmeira. A área de oração era coberta, enquanto no pátio estavam as fontes para as abluções. A casa de Maomé era local de reuniões para oração, centro político, hospital e refúgio para os mais pobres. Essas funções foram herdadas por mesquitas e alguns edifícios públicos.
No entanto, a arquitetura sagrada não manteve a simplicidade e a rusticidade dos materiais da casa do profeta, sendo exemplo disso as obras dos primeiros califas: Basora e Kufa, no Iraque, a Cúpula da Roca, em Jerusalém, e a Grande Mesquita de Damasco. Contudo, persistiu a preocupação com a preservação de certas formas geométricas, como o quadrado e o cubo. O geômetra era tão importante quanto o arquiteto. Na realidade, era ele quem realmente projetava o edifício, enquanto o segundo controlava sua realização.
A cúpula de pendentes, que permite cobrir o quadrado com um círculo, foi um dos sistemas mais utilizados na construção de mesquitas, embora não tenha existido um modelo comum. As numerosas variações locais mantiveram a distribuição dos ambientes, mas nem sempre conservaram sua forma. As mesquitas transferiram depois parte de suas funções aos edifícios públicos: por exemplo, as escolas de teologia, semelhantes àquelas na forma. A construção de palácios, castelos e demais edifícios públicos merece um capítulo à parte.
As residências dos emires constituíram uma arquitetura de segunda classe em relação às mesquitas. Seus palácios eram planejados num estilo semelhante, pensados como um microcosmo e constituíam o hábitat privativo do governante. Exemplo disso é o Alhambra, em Granada. De planta quadrangular e cercado de muralhas sólidas, o palácio tinha aspecto de fortaleza, embora se comunicasse com a mesquita por meio de pátios e jardins. O
aposento mais importante era o diwan ou sala do trono.
Outra das construções mais originais e representativas do Islã foi o minarete, uma espécie de torre cilíndrica ou octogonal situada no exterior da mesquita a uma altura significativa, para que a voz do almuadem ou muezim pudesse chegar até todos os fiéis, convidando-os à oração. A Giralda, em Sevilha, era o antigo minarete da cidade. Outras construções representativas foram os mausoléus ou monumentos funerários, semelhantes às
mesquitas na forma e destinados a santos e mártires.
TAPETES
Os tapetes e tecidos desde sempre tiveram um papel muito importante na cultura e na religião islâmicas. Para começar, como povo nômade, esses eram os únicos materiais utilizados para decorar o interior das tendas. À medida que foram se tornando sedentários, as sedas, brocados e tapetes passaram a decorar palácios e castelos, além de cumprir uma função fundamental nas mesquitas, já que o muçulmano, ao rezar, não deve ficar em
contato com a terra.
Diferentemente da tecedura dos tecidos, a do tapete constitui uma unidade em si mesma. Os fabricados antes do século XVI chamam-se arcaicos e possuem uma trama de 80 000 nós por metro quadrado. Os mais valiosos são de origem persa e têm 40 000 nós por decímetro quadrado. As oficinas mais importantes foram as de Shiraz, Tabriz e Isfahan, no Oriente, e Palermo, no Ocidente. Entre os desenhos mais clássicos estão os de utensílios, de motivos florais, de caça, com animais e plantas, e os geométricos, de decoração.
PINTURA E GRÁFICA
As obras de pintura islâmica são representadas por afrescos e miniaturas. Das primeiras, muito poucas chegaram até nossos dias em bom estado de conservação. Elas eram geralmente usadas para decorar paredes de palácios ou de edifícios públicos e representavam cenas de caça e da vida cotidiana da corte. Seu estilo era semelhante ao da pintura helênica, embora, segundo o lugar, sofresse uma grande influência indiana, bizantina e inclusive chinesa.
A miniatura não foi usada, como no cristianismo, para ilustrar livros religiosos, mas sim nas publicações de divulgação científica, para tornar mais claro o texto, e nas literárias, para acompanhar a narração. O estilo era um tanto estático, esquematizado, muito parecido com o das miniaturas bizantinas, com fundo dourado e ausência de perspectiva. O Corão era decorado com figuras geométricas muito precisas, a fim de marcar a organização do texto, por exemplo, separando um capítulo de outro.
Estreitamente ligada à pintura, encontra-se a arte dos mosaicistas. Ela foi herdada de Bizâncio e da Pérsia antiga, tornando-se uma das disciplinas mais importantes na decoração de mesquitas e palácios, junto com a cerâmica. No início, as representações eram completamente figurativas, semelhantes às antigas, mas paulatinamente foram se abstraindo, até se transformarem em folhas e flores misturadas com letras desenhadas artisticamente, o que é conhecido como arabesco.
Assim, complexos desenhos multicoloridos, calculados com base na simbologia numérica islâmica, cobriam as paredes internas e externas dos edifícios, combinando com a decoração de gesso das cúpulas. Caligrafias de incrível preciosidade e formas geométricas multiplicadas até o infinito criaram superfícies de verdadeiro
horror ao espaço vazio. A mesma função desempenhava a cerâmica, mais utilizada a partir do século XII e que atingiu o esplendor na Espanha, onde foram criadas peças de uso cotidiano.
Arte Bizantina
O termo arte bizantina refere-se à expressão artística de caráter religioso dos primórdios do cristianismo no Império Bizantino.
Há algum tempo atrás e com a invasão dos povos bárbaros ao longo do tempo foram ter expedições, o imperador Constantino I transfere a capital do império para Bizâncio, antiga cidade grega renomeada mais tarde para Constantinopla. Neste local reúnem-se toda uma série de fatores que impulsionam a ascensão da nova expressão artística.
O movimento vive o seu apogeu no século VI, durante o reinado do Imperador Justiniano I ao qual se sucede um período de crise denominado Iconoclasta e que consiste na destruição de qualquer imagem santa devido ao conflito político entre os imperadores e o clero.
A queda do Império Romano do Ocidente em 476d.C. permanece ainda nas regiões onde floresce a ortodoxia grega, estendendo-se à segunda metade do século XV e grande parte do século XVI. Este movimento chega mesmo a atravessar os limites territoriais do império bizantino, incluindo, por exemplo, os países eslavos.
A localização de Constantinopla permite à arte bizantina a absorção de influências vindas de Roma, da Grécia e do Oriente e a interligação de alguns destes diversos elementos culturais num momento de impulso à formação de um estilo repleto de técnica e cor.
A arte bizantina está intimamente relacionada com a religião, obedecendo a um clero fortalecido que possui, além das suas funções naturais, as funções de organizar também as artes, e que consequentemente relega os artistas ao papel de meros executores.
Também o imperador, assente num regime teocrático, possui poderes administrativos e espirituais. Sendo o representante de Deus na Terra, é convencionalmente representado com uma auréola sobre a cabeça e não é raro encontrar um mosaico onde esteja representado com a esposa ao lado da Virgem Maria e o Menino Jesus.
Pintura
No século V, em Bizâncio, emergiu um novo império cristão que duraria mil anos, criando uma nova forma de arte, nascida do Cristianismo. Em Roma, nas antigas catacumbas cristãs, há uma série de murais que datam das perseguições aos cristãos nos séculos III e IV. São os primeiros exemplos de pintura no Período Bizantino.
No século IV, o imperador Constantino reconheceu o culto livre aos cristãos do Império Romano. A arte cristã primitivia evoluiu então para a arte bizantina. O mosaico foi a característica principal do período e suas características de criação influenciaram mais tarde a arte gótica. Os ícones também marcaram esta primeira etapa da arte bizantina.
Nos séculos VIII e IX, o mundo bizantino foi dilacerado pela questão iconoclasta, uma controvérsia sobre o uso de pinturas ou entalhes na vida religiosa. Toda representação humana que fosse realista poderia ser considerada uma violação ao mandamento de não adorar imagens esculpidas. O imperador Leão III proibiu qualquer imagem em forma humana de Cristo, da Virgem, santos ou anjos. Como resultado, vários artistas bizantinos migraram para o Ocidente. Em 843, a lei foi revogada.
O mosaico é a expressão máxima da arte bizantina e, não se destinando somente a decorar as paredes e abóbadas, serve também de fonte de instrução e guia espiritual aos fiéis, mostrando-lhes cenas da vida de Cristo, dos profetas,e dos vários imperadores. Plasticamente, o mosaico bizantino não se assemelha aos mosaicos romanos; são confeccionados com técnicas diferentes e seguem convenções que regem também os afrescos. Neles, por exemplo, as pessoas são representadas de frente e verticalizadas para criar certa espiritualidade; a perspectiva e o volume são ignorados e o dourado é utilizado em abundância, pela sua associação a um dos maiores bens materiais: ouro.
A arquitetura teve um lugar de destaque, operando-se nela a importantes inovações. Foi herdeira do arco, da abóbada e da cúpula, mas também, do plano centrado, de forma quadrada ou em cruz grega, com cúpula central e absides laterais.
A expressão artística do período influenciou também a arquitetura das igrejas. Elas eram planeadas sobre uma base circular, octogonal ou quadrada rematada por diversas cúpulas, criando-se edifícios de grandes dimensões, espaçosos e profusamente decorados.
A Catedral de Santa Sofia é um dos grandes triunfos da técnica bizantina. Projetada pelos arquitetos Antêmio de Tralles e Isidoro de Mileto, ela possui uma cúpula de 55 metros apoiada em quatro arcos plenos. Esta técnica permite uma cúpula extremamente elevada a ponto de sugerir, por associação à abóbada celeste, sentimentos de universalidade e poder absoluto. Apresenta pinturas nas paredes, colunas com capitel ricamente decorado com mosaicos e chão de mármore polido.
Escultura
Este gosto pela decoração, aliado à aversão do cristianismo pela representação escultórica de imagens (por lembrar o paganismo romano), faz diminuir o gosto pela forma e consequentemente o destaque da escultura durante este período. Os poucos exemplos que se encontram são baixos-relevos inseridos na decoração dos monumentos.
A arte pré-românica não designa um estilo em particular, mas antes um período da arte ocidental que se inicia formalmente com a dinastia merovíngia, mas que pode retroceder já ao momento da queda do Império Romano do ocidente com as migrações dos povos germânicos para a Europa. De um modo geral este período situa-se na passagem da antiguidade clássica tardia para o românico, pautando por uma absorção de diversas influências que resultam nas fusões inovadoras entre elementos clássicos do Mediterrâneo, cristãos e germânicos. Não se resume, por isso, a uma região específica, alastra-se por toda a Europa ao longo de um longo período temporal, destacando-se alguns estilos artísticos próprios.
Arte Germânica
Arte dos povos germânicos ou arte bárbara refere-se à arte dos povos conhecidos genericamente como bárbaros (mongóis, vândalos, alanos, francos, germânicos e suecos entre outros) que, depois da queda do Império Romano, avançaram definitivamente sobre a Europa. Esses grupos, essencialmente nômades, não demoraram a assimilar a cultura e a religião (Cristianismo) dos povos conquistados, ao mesmo tempo que lhes transmitiam seus próprios traços culturais, o que deu origem a uma arte completamente diferente, que assentaria as bases para a arte européia dos séculos VIII e IX: o estilo românico. Foi também a partir dessa época que artistas e artesãos se organizaram em oficinas supervisionadas pela Igreja, origem das corporações de ofício que perdurariam por quase mil anos. O fato de não possuírem um habitat fixo influenciou grandemente os costumes e expressões artísticas dos bárbaros. Era notável sua destreza naquelas disciplinas que permitiam a fabricação de objetos facilmente transportáveis, fossem eles de luxo ou utilitários. Assim, não é de admirar que tenham sobressaído na ourivesaria, na fundição e moldagem de metais, tanto para a fabricação de armas quanto de jóias, e nas técnicas de decoração correspondentes, como a tauxia ou damasquinagem, a esmaltação, a entalhadura e a filigrana.
Todos esses povos tiveram uma origem comum na civilização celta, que desde o século V a.C. até a dominação romana se estabeleceu na Europa de norte a sul e de leste a oeste. Em suas crônicas, os romanos os descrevem como temíveis guerreiros e hábeis fundidores de metais. Uma vez dominados, uma boa parte da população foi assimilada pelo império e outra fugiu para o norte. Somente quando o império começou a ruir conseguiram penetrar em suas fronteiras e estabelecer numerosos reinos, dos quais se originaram, em parte, as nacionalidades européias.
A Europa entrou assim num dos períodos históricos mais obscuros, a meio caminho entre a religiosidade, agora em parte aceita, dos primeiros cristãos e a beligerância selvagem dos novos senhores. Mais tarde sofreria também o açoite dos vikings dinamarqueses vindos do norte, em perpétua luta contra os francos e os eslavos ocidentais. Por seu lado, a Igreja ia ganhando posições com a proliferação de mosteiros exatamente onde os mais temíveis exércitos não conseguiam vencer as batalhas: as ilhas britânicas e o leste da Europa.
Um dos traços comuns a todos os povos bárbaros foi o excelente trabalho com metais, tanto na confecção de jóias quanto de objetos de uso doméstico ou armas. Atestam isso os tesouros encontrados nas tumbas de príncipes e reis da época, como Sutton Hoo, na Inglaterra, o de Guarrazar, em Toledo, e o de Gummersark, em Copenhague. As peças mais características são as chamadas brácteas ou moedas cunhadas apenas de um lado, assim como as presilhas e fivelas esmaltadas com a técnica do Cloisonné. O fato de os povos bárbaros conhecerem tão bem as técnicas da fundição de metal - a tauxia, ou damasquinagem, e a filigrana - se deve ao seu contato com povos do Oriente Próximo e Extremo Oriente, assim como a suas próprias necessidades. É preciso não esquecer que além de objetos de luxo, esses povos fabricavam armas, que eram suas ferramentas mais valorizadas no árduo trabalho da guerra. Além disso, a ourivesaria era uma das poucas atividades que podiam exercer os artesãos, que estavam mudando de habitat.
Arte Visigótica
Arte visigótica designa as expressões artísticas criadas pelos visigodos, que entraram na Península Ibérica em 415 e se tornaram a casta dominante da região até à invasão dos mouros em 711.
A ourivesaria visigótica desenvolveu-se essencialmente em Toledo.
A produção artística consiste sobretudo de jóias (broches, anéis, brincos, fíbulas ou alfinetes, colares), placas e fivelas de cinto.
Os únicos exemplares sobreviventes da arquitectura visigótica do século VI são a igreja de São Cugat do Vallés em Barcelona, a ermida e Igreja de Santa Maria de Lara, a Capela de São Frutuoso em Braga, a Igreja de São Gião na Nazaré e alguns vestígios da Igreja de Cabeza de Griego, em Cuenca. Contudo o seu estilo propagou-se nos séculos seguintes, embora os exemplos mais notáveis sejam rurais e estejam na maioria em ruínas. Algumas das características da arquitectura visigótica são:
Planta de basílica, e por vezes cruciforme, podendo ser uma combinação de ambas, com espaços bem compartimentados.
Arte Hiberno-saxônica
Arte hiberno-saxónica ou arte insular é o estilo de arte produzido após o Império Romano nas Ilhas Britânicas. O termo é usado também para designar a escrita produzida naquele tempo. Naquele período, a Irlanda e a Grã-Bretanha tinham um estilo de arte muito característico.
A Irlanda, a Escócia e o reino da Nortúmbria, no norte da Inglaterra, são os mais importantes centros artísticos, mas outros exemplos também podem ser encontrados no sul da Inglaterra e na Europa continental, especialmente na Gália (França), em centros fundados por missionários celtas. A influência da arte insular pode ser notada em toda arte medieval subsequente, especilamente nos elementos decorativos dos manuscritos românicos e góticos.
O que sobreviveu da arte insular são principalmente iluminuras, trabalhos em metal e gravações em pedra, especialmente cruzes de pedra. As superfícies são ricamente decoradas com padrões intrincados. Os melhores exemplos incluem o Livro de Kells, os Evangelhos de Lindisfarne, o Livro de Durrow, broches tais como o Broche de Tara e a Cruz de Ruthwell. Páginas iniciais chamadas carpet pages são características dos manuscritos da época.
Trabalho no metal-
A maioria dos exemplos de trabalhos em metal existentes foi descoberta em contextos arqueológicos que indicam que tais objetos foram abandonados ou escondidos. Há vários broches, inclusive alguns comparáveis ao Broche de Tara. Quase todos estão no Museu Nacional da Escócia ou em museus locais na Inglaterra. O Cálice de Ardagh é um dos objetos de metal sobreviventes.
Manuscritos-
O Cathach of St. Columba, um saltério do século VII é talvez o mais antigo manuscrito irlandês conhecido. Contém letras decoradas apenas no começo de cada Salmo, mas estes já mostram traços distintivos. Não apenas a capitular, mas as primeiras letras são decoradas, em tamanho pequeno.
O Livro de Durrow é o mais antigo Evangelho com decorações completas.
Os Evangelhos de Lindisfarne, produzidos em Lindisfarne são semelhantes ao Livro de Durrow, mas mais complexos. Todas as letras nas páginas iniciais dos Evangelhos são ricamente decoradas em uma composição única. As carpet pages são enormemente complexas e soberbamente decoradas.
O Livro de Kells, datado de 800, sobreviveu quase intacto, mas a decoração não está acabada. Apesar de não apresentar carpet pages, as capitulares são tão decoradas que acabam tendo aquela função. Há mais figuras humanas que antes. As cores são brilhantes e a decoração é enérgica, com várias espirais.
Cruzes altas-
Cruzes altas são grandes cruzes celtas em pedra, geralmente erigidas no exterior de mosteiros ou igrejas. As primeiras, como a Muiredach's High Cross, de influência irlandesa, em Monasterboice, está repleta de imagens do Velho e Novo Testamento. Cruzes mais recentes têm poucas imagens, mas apresentam dimensões maiores, como a Dysert Cross, na Irlanda. A Ruthwell Cross, na Escócia, um pouco destruída pelos iconoclastas presbiterianos, é o exemplos mais impressionante de cruz escocesa.
Arte Anglo-saxónica
A arte anglo-saxônica compreende a produção artística dentro do período Anglo-Saxônico da história da Grã-Bretanha, particularmente da época do Rei Alfredo (871-899), quando ocorreu um revivalismo da cultura inglesa após as invasões do vikings, até o começo do século X, quando a arte românica se tornou o novo movimento. Antes desse período, ocorreu o período da Arte hiberno-saxónica.
A arte anglo-saxônica se manifesta com mais clareza através das iluminuras. Bons exemplos são o Manuscrito de St. Æthelwold, que mistura a arte hibérico-saxônica, com a arte carolíngia e a arte bizantina. Contudo, os manuscritos não são a única expressão de arte anglo-saxônica. Talvez a obra mais conhecida desse período seja a Tapeçaria de Bayeux, que, na verdade, é um bordado de lã em um suporte de pano. Outras obras foram produzidas em afresco, marfim, pedra, metal e vidro.
Arte românica é o nome dado ao estilo artístico vigente na Europa entre os séculos XI e XIII, durante o período da história da arte comumente conhecido como "românico". O estilo é visto principalmente nas igrejas católicas construídas após a expansão do cristianismo pela Europa e foi o primeiro depois da queda do Império Romano a apresentar características comuns em várias regiões. Até então a arte tinha se fragmentado em vários estilos, sendo o românico o primeiro a trazer uma unidade nesse panorama.
Arquitetura-
A arquitetura em pedra vem reforçar a característica de monumentalidade e fortaleza, possível depois de toda a evolução dos meios construtivos. Os conjuntos arquitectónicos seguem, geralmente, a planta basilical, uma, três ou cinco naves (geralmente três), colunas que sustentavam as abóbadas e um aspecto maciço e horizontal (mesmo que muitas das igrejas sejam bem altas). As paredes são cegas, pois não é possível, ou é muito difícil, abrir grandes janelas nas paredes, já que elas servem como estrutura e suportam todo o teto. Haverá grande decoração, externa e internamente, através de esculturas nos tímpanos nas portas de entrada e nos capitéis e colunas, e pintura parietal nas ábsides e abóbadas das naves
Escultura-
A escultura renasceu no românico, depois de muitos anos esquecida. Seu apogeu se dá no século XII, quando inicia um estilo realista, mas simbólico, que antecipa o estilo gótico. A escultura é sempre condicionada à arquitetura e todo trabalho é executado sem deixar espaços sem uso. As figuras entalhadas têm o tamanho do elemento onde foram esculpidas, e os trabalhos de superfície acomodam-se no lugar em que ocupam. Dessa característica parte também a idéia de esquematização.
Outra importante característica é seu caráter simbólico e antinaturalista. Não havia a preocupação com a representação fiel dos seres e objetos. Volume, cor, efeito de luz e sombra, tudo era confuso e simbólico, representando muitas vezes coisas não terrenas, mas sim provenientes da imaginação. Mas não que isso seja uma constante em todo o período. Em algumas esculturas, nota-se a aparência clássica, influência da Antigüidade, como no Apóstolo, de Saint-Sernin de Toulouse.
Pintura-
A pintura não se destacou tanto quanto a arquitetura nesse período. Os principais trabalhos são a pintura mural, as iluminuras e as tapeçarias. A pintura parietal, ou seja, executada nas paredes, era dependente da arquitetura, como pode-se deduzir, tendo aquela somente função didática. Em um período em que a grande maioria da população era analfabeta a pintura era uma forma de transmitir os ensinamentos do Cristianismo.
O estilo gótico designa uma fase da história da arte ocidental, identificável por características muito próprias de contexto social, político e religioso em conjugação com valores estéticos e filosóficos e que surge como resposta à austeridade do estilo românico.
Este movimento cultural e artístico desenvolve-se durante a Idade Média, no contexto do Renascimento do Século XII e prolonga-se até ao advento do Renascimento Italiano em Florença, quando a inspiração clássica quebra a linguagem artística até então difundida.
Os primeiros passos são dados a meados do século XII em França no campo da arquitetura (mais especificamente na construção de catedrais) e, acabando por abranger outras disciplinas estéticas, estende-se pela Europa até ao início do século XVI, já não apresentando então uma uniformidade geográfica.
A arquitetura, em comunhão com a religião, vai formar o eixo de maior relevo deste movimento e vai cunhar profundamente todo o desenvolvimento estético.
ARQUITETURA
A primeira diferença que notamos entre a igreja gótica e a românica é a fachada. Enquanto, de modo geral, a igreja românica apresenta um único portal, a igreja gótica tem três portais que dão acesso à três naves do interior da igreja: a nave central e as duas naves laterais.
A arquitetura expressa a grandiosidade, a crença na existência de um Deus que vive num plano superior; tudo se volta para o alto, projetando-se na direção do céu, como se vê nas pontas agulhadas das torres de algumas igrejas góticas.
A rosácea é um elemento arquitetônico muito característico do estilo gótico e está presente em quase todas as igrejas construídas entre os séculos XII e XIV.
Outros elementos característicos da arquitetura gótica são os arcos góticos ou ogivais e os vitrais coloridíssimos que filtram a luminosidade para o interior da igreja.
As catedrais góticas mais conhecidas são: Catedral de Notre Dame de Paris e a Catedral de Notre Dame de Chartres.
ESCULTURA-
As esculturas estão ligadas à arquitetura e se alongam para o alto, demonstrando verticalidade, alongamento exagerado das formas, e as feições são caracterizadas de formas a que o fiel possa reconhecer facilmente a personagem representada, exercendo a função de ilustrar os ensinamentos propostos pela igreja..
ILUMINURA-
É a ilustração sobre o pergaminho de livros manuscritos (a gravura não fora ainda inventada, ou então é um privilégio da quase mítica China). O desenvolvimento de tal genero está ligado à difusão dos livros ilustrados patrimônio quase exclusivo dos mosteiros: no clima de fervor cultural que caracteriza a arte gótica, os manuscritos também eram encomendados por particulares, aristocratas e burgueses. É precisamente por esta razão que os grandes livros litúrgicos (a Bíblia e os Evangelhos) eram ilustrados pelos iluministas góticos em formatos manejáveis.
Durante o século XII e até o século XV, a arte ganhou forma de expressão também nos objetos preciosos e nos ricos manuscritos ilustrados. Os copistas dedicavam-se à transcrição dos textos sobre as páginas. Ao realizar essa tarefa, deixavam espaços para que os artistas fizessem as ilustrações, os cabeçalhos, os títulos ou as letras maiúsculas com que se iniciava um texto..
Da observação dos manuscritos ilustrados podemos tirar duas conclusões: a primeira é a compreensão do caráter individualista que a arte da ilustração ganhava, pois destinava-se aos poucos possuidores das obras copiadas, a segunda é que os artistas ilustradores do período gótico tornaram-se tão habilidosos na representação do espaço tridimensional e na compreensão analítica de uma cena, que seus trabalhos acabaram influenciando outros pintores.
PINTURA-
A pintura gótica desenvolveu-se nos séculos XII, XIV e no início do século XV, quando começou a ganhar novas características que prenunciam o Renascimento. Sua principal particularidade foi a procura o realismo na representação dos seres que compunham as obras pintadas, quase sempre tratando de temas religiosos, apresentava personagens de corpos pouco volumosos, cobertos por muita roupa, com o olhar voltado para cima, em direção ao plano celeste.
Os principais artistas na pintura gótica são os verdadeiros precursores da pintura do Renascimento (Duocento):
Giotto - a característica principal do seu trabalho foi a identificação da figura dos santos com seres humanos de aparência bem comum. E esses santos com ar de homem comum eram o ser mais importante das cenas que pintava, ocupando sempre posição de destaque na pintura. Assim, a pintura de Giotto vem ao encontro de uma visão humanista do mundo, que vai cada vez mais se firmando até ganhar plenitude no Renascimento.
Obras destacadas: Afrescos da Igreja de São Francisco de Assis (Itália) e Retiro de São Joaquim entre os Pastores.
Jan Van Eyck - procurava registrar nas suas pinturas os aspectos da vida urbana e da sociedade de sua época. Nota-se em suas pinturas um cuidado com a perspectiva, procurando mostrar os detalhes e as paisagens.
Obras destacadas: O Casal Arnolfini e Nossa Senhora do Chanceler Rolin.
Arte Bizantina
O termo arte bizantina refere-se à expressão artística de caráter religioso dos primórdios do cristianismo no Império Bizantino.
Há algum tempo atrás e com a invasão dos povos bárbaros ao longo do tempo foram ter expedições, o imperador Constantino I transfere a capital do império para Bizâncio, antiga cidade grega renomeada mais tarde para Constantinopla. Neste local reúnem-se toda uma série de fatores que impulsionam a ascensão da nova expressão artística.
O movimento vive o seu apogeu no século VI, durante o reinado do Imperador Justiniano I ao qual se sucede um período de crise denominado Iconoclasta e que consiste na destruição de qualquer imagem santa devido ao conflito político entre os imperadores e o clero.
A queda do Império Romano do Ocidente em 476d.C. permanece ainda nas regiões onde floresce a ortodoxia grega, estendendo-se à segunda metade do século XV e grande parte do século XVI. Este movimento chega mesmo a atravessar os limites territoriais do império bizantino, incluindo, por exemplo, os países eslavos.
A localização de Constantinopla permite à arte bizantina a absorção de influências vindas de Roma, da Grécia e do Oriente e a interligação de alguns destes diversos elementos culturais num momento de impulso à formação de um estilo repleto de técnica e cor.
A arte bizantina está intimamente relacionada com a religião, obedecendo a um clero fortalecido que possui, além das suas funções naturais, as funções de organizar também as artes, e que consequentemente relega os artistas ao papel de meros executores.
Também o imperador, assente num regime teocrático, possui poderes administrativos e espirituais. Sendo o representante de Deus na Terra, é convencionalmente representado com uma auréola sobre a cabeça e não é raro encontrar um mosaico onde esteja representado com a esposa ao lado da Virgem Maria e o Menino Jesus.
Pintura
No século V, em Bizâncio, emergiu um novo império cristão que duraria mil anos, criando uma nova forma de arte, nascida do Cristianismo. Em Roma, nas antigas catacumbas cristãs, há uma série de murais que datam das perseguições aos cristãos nos séculos III e IV. São os primeiros exemplos de pintura no Período Bizantino.
No século IV, o imperador Constantino reconheceu o culto livre aos cristãos do Império Romano. A arte cristã primitivia evoluiu então para a arte bizantina. O mosaico foi a característica principal do período e suas características de criação influenciaram mais tarde a arte gótica. Os ícones também marcaram esta primeira etapa da arte bizantina.
Nos séculos VIII e IX, o mundo bizantino foi dilacerado pela questão iconoclasta, uma controvérsia sobre o uso de pinturas ou entalhes na vida religiosa. Toda representação humana que fosse realista poderia ser considerada uma violação ao mandamento de não adorar imagens esculpidas. O imperador Leão III proibiu qualquer imagem em forma humana de Cristo, da Virgem, santos ou anjos. Como resultado, vários artistas bizantinos migraram para o Ocidente. Em 843, a lei foi revogada.
Mosaico
Arquitetura
A expressão artística do período influenciou também a arquitetura das igrejas. Elas eram planeadas sobre uma base circular, octogonal ou quadrada rematada por diversas cúpulas, criando-se edifícios de grandes dimensões, espaçosos e profusamente decorados.
A Catedral de Santa Sofia é um dos grandes triunfos da técnica bizantina. Projetada pelos arquitetos Antêmio de Tralles e Isidoro de Mileto, ela possui uma cúpula de 55 metros apoiada em quatro arcos plenos. Esta técnica permite uma cúpula extremamente elevada a ponto de sugerir, por associação à abóbada celeste, sentimentos de universalidade e poder absoluto. Apresenta pinturas nas paredes, colunas com capitel ricamente decorado com mosaicos e chão de mármore polido.
Escultura
Este gosto pela decoração, aliado à aversão do cristianismo pela representação escultórica de imagens (por lembrar o paganismo romano), faz diminuir o gosto pela forma e consequentemente o destaque da escultura durante este período. Os poucos exemplos que se encontram são baixos-relevos inseridos na decoração dos monumentos.
Arte Pré-românica
Arte Germânica
Arte dos povos germânicos ou arte bárbara refere-se à arte dos povos conhecidos genericamente como bárbaros (mongóis, vândalos, alanos, francos, germânicos e suecos entre outros) que, depois da queda do Império Romano, avançaram definitivamente sobre a Europa. Esses grupos, essencialmente nômades, não demoraram a assimilar a cultura e a religião (Cristianismo) dos povos conquistados, ao mesmo tempo que lhes transmitiam seus próprios traços culturais, o que deu origem a uma arte completamente diferente, que assentaria as bases para a arte européia dos séculos VIII e IX: o estilo românico. Foi também a partir dessa época que artistas e artesãos se organizaram em oficinas supervisionadas pela Igreja, origem das corporações de ofício que perdurariam por quase mil anos. O fato de não possuírem um habitat fixo influenciou grandemente os costumes e expressões artísticas dos bárbaros. Era notável sua destreza naquelas disciplinas que permitiam a fabricação de objetos facilmente transportáveis, fossem eles de luxo ou utilitários. Assim, não é de admirar que tenham sobressaído na ourivesaria, na fundição e moldagem de metais, tanto para a fabricação de armas quanto de jóias, e nas técnicas de decoração correspondentes, como a tauxia ou damasquinagem, a esmaltação, a entalhadura e a filigrana.
Todos esses povos tiveram uma origem comum na civilização celta, que desde o século V a.C. até a dominação romana se estabeleceu na Europa de norte a sul e de leste a oeste. Em suas crônicas, os romanos os descrevem como temíveis guerreiros e hábeis fundidores de metais. Uma vez dominados, uma boa parte da população foi assimilada pelo império e outra fugiu para o norte. Somente quando o império começou a ruir conseguiram penetrar em suas fronteiras e estabelecer numerosos reinos, dos quais se originaram, em parte, as nacionalidades européias.
A Europa entrou assim num dos períodos históricos mais obscuros, a meio caminho entre a religiosidade, agora em parte aceita, dos primeiros cristãos e a beligerância selvagem dos novos senhores. Mais tarde sofreria também o açoite dos vikings dinamarqueses vindos do norte, em perpétua luta contra os francos e os eslavos ocidentais. Por seu lado, a Igreja ia ganhando posições com a proliferação de mosteiros exatamente onde os mais temíveis exércitos não conseguiam vencer as batalhas: as ilhas britânicas e o leste da Europa.
Um dos traços comuns a todos os povos bárbaros foi o excelente trabalho com metais, tanto na confecção de jóias quanto de objetos de uso doméstico ou armas. Atestam isso os tesouros encontrados nas tumbas de príncipes e reis da época, como Sutton Hoo, na Inglaterra, o de Guarrazar, em Toledo, e o de Gummersark, em Copenhague. As peças mais características são as chamadas brácteas ou moedas cunhadas apenas de um lado, assim como as presilhas e fivelas esmaltadas com a técnica do Cloisonné. O fato de os povos bárbaros conhecerem tão bem as técnicas da fundição de metal - a tauxia, ou damasquinagem, e a filigrana - se deve ao seu contato com povos do Oriente Próximo e Extremo Oriente, assim como a suas próprias necessidades. É preciso não esquecer que além de objetos de luxo, esses povos fabricavam armas, que eram suas ferramentas mais valorizadas no árduo trabalho da guerra. Além disso, a ourivesaria era uma das poucas atividades que podiam exercer os artesãos, que estavam mudando de habitat.
Arte Visigótica
Arte visigótica designa as expressões artísticas criadas pelos visigodos, que entraram na Península Ibérica em 415 e se tornaram a casta dominante da região até à invasão dos mouros em 711.
A ourivesaria visigótica desenvolveu-se essencialmente em Toledo.
A produção artística consiste sobretudo de jóias (broches, anéis, brincos, fíbulas ou alfinetes, colares), placas e fivelas de cinto.
Os únicos exemplares sobreviventes da arquitectura visigótica do século VI são a igreja de São Cugat do Vallés em Barcelona, a ermida e Igreja de Santa Maria de Lara, a Capela de São Frutuoso em Braga, a Igreja de São Gião na Nazaré e alguns vestígios da Igreja de Cabeza de Griego, em Cuenca. Contudo o seu estilo propagou-se nos séculos seguintes, embora os exemplos mais notáveis sejam rurais e estejam na maioria em ruínas. Algumas das características da arquitectura visigótica são:
Planta de basílica, e por vezes cruciforme, podendo ser uma combinação de ambas, com espaços bem compartimentados.
Arte Hiberno-saxônica
Arte hiberno-saxónica ou arte insular é o estilo de arte produzido após o Império Romano nas Ilhas Britânicas. O termo é usado também para designar a escrita produzida naquele tempo. Naquele período, a Irlanda e a Grã-Bretanha tinham um estilo de arte muito característico.
A Irlanda, a Escócia e o reino da Nortúmbria, no norte da Inglaterra, são os mais importantes centros artísticos, mas outros exemplos também podem ser encontrados no sul da Inglaterra e na Europa continental, especialmente na Gália (França), em centros fundados por missionários celtas. A influência da arte insular pode ser notada em toda arte medieval subsequente, especilamente nos elementos decorativos dos manuscritos românicos e góticos.
O que sobreviveu da arte insular são principalmente iluminuras, trabalhos em metal e gravações em pedra, especialmente cruzes de pedra. As superfícies são ricamente decoradas com padrões intrincados. Os melhores exemplos incluem o Livro de Kells, os Evangelhos de Lindisfarne, o Livro de Durrow, broches tais como o Broche de Tara e a Cruz de Ruthwell. Páginas iniciais chamadas carpet pages são características dos manuscritos da época.
Trabalho no metal-
A maioria dos exemplos de trabalhos em metal existentes foi descoberta em contextos arqueológicos que indicam que tais objetos foram abandonados ou escondidos. Há vários broches, inclusive alguns comparáveis ao Broche de Tara. Quase todos estão no Museu Nacional da Escócia ou em museus locais na Inglaterra. O Cálice de Ardagh é um dos objetos de metal sobreviventes.
Manuscritos-
O Cathach of St. Columba, um saltério do século VII é talvez o mais antigo manuscrito irlandês conhecido. Contém letras decoradas apenas no começo de cada Salmo, mas estes já mostram traços distintivos. Não apenas a capitular, mas as primeiras letras são decoradas, em tamanho pequeno.
O Livro de Durrow é o mais antigo Evangelho com decorações completas.
Os Evangelhos de Lindisfarne, produzidos em Lindisfarne são semelhantes ao Livro de Durrow, mas mais complexos. Todas as letras nas páginas iniciais dos Evangelhos são ricamente decoradas em uma composição única. As carpet pages são enormemente complexas e soberbamente decoradas.
O Livro de Kells, datado de 800, sobreviveu quase intacto, mas a decoração não está acabada. Apesar de não apresentar carpet pages, as capitulares são tão decoradas que acabam tendo aquela função. Há mais figuras humanas que antes. As cores são brilhantes e a decoração é enérgica, com várias espirais.
Cruzes altas-
Cruzes altas são grandes cruzes celtas em pedra, geralmente erigidas no exterior de mosteiros ou igrejas. As primeiras, como a Muiredach's High Cross, de influência irlandesa, em Monasterboice, está repleta de imagens do Velho e Novo Testamento. Cruzes mais recentes têm poucas imagens, mas apresentam dimensões maiores, como a Dysert Cross, na Irlanda. A Ruthwell Cross, na Escócia, um pouco destruída pelos iconoclastas presbiterianos, é o exemplos mais impressionante de cruz escocesa.
Arte Anglo-saxónica
A arte anglo-saxônica compreende a produção artística dentro do período Anglo-Saxônico da história da Grã-Bretanha, particularmente da época do Rei Alfredo (871-899), quando ocorreu um revivalismo da cultura inglesa após as invasões do vikings, até o começo do século X, quando a arte românica se tornou o novo movimento. Antes desse período, ocorreu o período da Arte hiberno-saxónica.
A arte anglo-saxônica se manifesta com mais clareza através das iluminuras. Bons exemplos são o Manuscrito de St. Æthelwold, que mistura a arte hibérico-saxônica, com a arte carolíngia e a arte bizantina. Contudo, os manuscritos não são a única expressão de arte anglo-saxônica. Talvez a obra mais conhecida desse período seja a Tapeçaria de Bayeux, que, na verdade, é um bordado de lã em um suporte de pano. Outras obras foram produzidas em afresco, marfim, pedra, metal e vidro.
Arte Românica
Arte românica é o nome dado ao estilo artístico vigente na Europa entre os séculos XI e XIII, durante o período da história da arte comumente conhecido como "românico". O estilo é visto principalmente nas igrejas católicas construídas após a expansão do cristianismo pela Europa e foi o primeiro depois da queda do Império Romano a apresentar características comuns em várias regiões. Até então a arte tinha se fragmentado em vários estilos, sendo o românico o primeiro a trazer uma unidade nesse panorama.
Arquitetura-
A arquitetura em pedra vem reforçar a característica de monumentalidade e fortaleza, possível depois de toda a evolução dos meios construtivos. Os conjuntos arquitectónicos seguem, geralmente, a planta basilical, uma, três ou cinco naves (geralmente três), colunas que sustentavam as abóbadas e um aspecto maciço e horizontal (mesmo que muitas das igrejas sejam bem altas). As paredes são cegas, pois não é possível, ou é muito difícil, abrir grandes janelas nas paredes, já que elas servem como estrutura e suportam todo o teto. Haverá grande decoração, externa e internamente, através de esculturas nos tímpanos nas portas de entrada e nos capitéis e colunas, e pintura parietal nas ábsides e abóbadas das naves
Escultura-
A escultura renasceu no românico, depois de muitos anos esquecida. Seu apogeu se dá no século XII, quando inicia um estilo realista, mas simbólico, que antecipa o estilo gótico. A escultura é sempre condicionada à arquitetura e todo trabalho é executado sem deixar espaços sem uso. As figuras entalhadas têm o tamanho do elemento onde foram esculpidas, e os trabalhos de superfície acomodam-se no lugar em que ocupam. Dessa característica parte também a idéia de esquematização.
Outra importante característica é seu caráter simbólico e antinaturalista. Não havia a preocupação com a representação fiel dos seres e objetos. Volume, cor, efeito de luz e sombra, tudo era confuso e simbólico, representando muitas vezes coisas não terrenas, mas sim provenientes da imaginação. Mas não que isso seja uma constante em todo o período. Em algumas esculturas, nota-se a aparência clássica, influência da Antigüidade, como no Apóstolo, de Saint-Sernin de Toulouse.
Pintura-
A pintura não se destacou tanto quanto a arquitetura nesse período. Os principais trabalhos são a pintura mural, as iluminuras e as tapeçarias. A pintura parietal, ou seja, executada nas paredes, era dependente da arquitetura, como pode-se deduzir, tendo aquela somente função didática. Em um período em que a grande maioria da população era analfabeta a pintura era uma forma de transmitir os ensinamentos do Cristianismo.
Arte Gótica
O estilo gótico designa uma fase da história da arte ocidental, identificável por características muito próprias de contexto social, político e religioso em conjugação com valores estéticos e filosóficos e que surge como resposta à austeridade do estilo românico.
Este movimento cultural e artístico desenvolve-se durante a Idade Média, no contexto do Renascimento do Século XII e prolonga-se até ao advento do Renascimento Italiano em Florença, quando a inspiração clássica quebra a linguagem artística até então difundida.
Os primeiros passos são dados a meados do século XII em França no campo da arquitetura (mais especificamente na construção de catedrais) e, acabando por abranger outras disciplinas estéticas, estende-se pela Europa até ao início do século XVI, já não apresentando então uma uniformidade geográfica.
A arquitetura, em comunhão com a religião, vai formar o eixo de maior relevo deste movimento e vai cunhar profundamente todo o desenvolvimento estético.
ARQUITETURA
A primeira diferença que notamos entre a igreja gótica e a românica é a fachada. Enquanto, de modo geral, a igreja românica apresenta um único portal, a igreja gótica tem três portais que dão acesso à três naves do interior da igreja: a nave central e as duas naves laterais.
A arquitetura expressa a grandiosidade, a crença na existência de um Deus que vive num plano superior; tudo se volta para o alto, projetando-se na direção do céu, como se vê nas pontas agulhadas das torres de algumas igrejas góticas.
A rosácea é um elemento arquitetônico muito característico do estilo gótico e está presente em quase todas as igrejas construídas entre os séculos XII e XIV.
Outros elementos característicos da arquitetura gótica são os arcos góticos ou ogivais e os vitrais coloridíssimos que filtram a luminosidade para o interior da igreja.
As catedrais góticas mais conhecidas são: Catedral de Notre Dame de Paris e a Catedral de Notre Dame de Chartres.
ESCULTURA-
As esculturas estão ligadas à arquitetura e se alongam para o alto, demonstrando verticalidade, alongamento exagerado das formas, e as feições são caracterizadas de formas a que o fiel possa reconhecer facilmente a personagem representada, exercendo a função de ilustrar os ensinamentos propostos pela igreja..
ILUMINURA-
É a ilustração sobre o pergaminho de livros manuscritos (a gravura não fora ainda inventada, ou então é um privilégio da quase mítica China). O desenvolvimento de tal genero está ligado à difusão dos livros ilustrados patrimônio quase exclusivo dos mosteiros: no clima de fervor cultural que caracteriza a arte gótica, os manuscritos também eram encomendados por particulares, aristocratas e burgueses. É precisamente por esta razão que os grandes livros litúrgicos (a Bíblia e os Evangelhos) eram ilustrados pelos iluministas góticos em formatos manejáveis.
Durante o século XII e até o século XV, a arte ganhou forma de expressão também nos objetos preciosos e nos ricos manuscritos ilustrados. Os copistas dedicavam-se à transcrição dos textos sobre as páginas. Ao realizar essa tarefa, deixavam espaços para que os artistas fizessem as ilustrações, os cabeçalhos, os títulos ou as letras maiúsculas com que se iniciava um texto..
Da observação dos manuscritos ilustrados podemos tirar duas conclusões: a primeira é a compreensão do caráter individualista que a arte da ilustração ganhava, pois destinava-se aos poucos possuidores das obras copiadas, a segunda é que os artistas ilustradores do período gótico tornaram-se tão habilidosos na representação do espaço tridimensional e na compreensão analítica de uma cena, que seus trabalhos acabaram influenciando outros pintores.
PINTURA-
A pintura gótica desenvolveu-se nos séculos XII, XIV e no início do século XV, quando começou a ganhar novas características que prenunciam o Renascimento. Sua principal particularidade foi a procura o realismo na representação dos seres que compunham as obras pintadas, quase sempre tratando de temas religiosos, apresentava personagens de corpos pouco volumosos, cobertos por muita roupa, com o olhar voltado para cima, em direção ao plano celeste.
Os principais artistas na pintura gótica são os verdadeiros precursores da pintura do Renascimento (Duocento):
Giotto - a característica principal do seu trabalho foi a identificação da figura dos santos com seres humanos de aparência bem comum. E esses santos com ar de homem comum eram o ser mais importante das cenas que pintava, ocupando sempre posição de destaque na pintura. Assim, a pintura de Giotto vem ao encontro de uma visão humanista do mundo, que vai cada vez mais se firmando até ganhar plenitude no Renascimento.
Obras destacadas: Afrescos da Igreja de São Francisco de Assis (Itália) e Retiro de São Joaquim entre os Pastores.
Jan Van Eyck - procurava registrar nas suas pinturas os aspectos da vida urbana e da sociedade de sua época. Nota-se em suas pinturas um cuidado com a perspectiva, procurando mostrar os detalhes e as paisagens.
Obras destacadas: O Casal Arnolfini e Nossa Senhora do Chanceler Rolin.
Arte Renascentista
O termo Renascimento é comumente aplicado à civilização européia que se desenvolveu entre 1300 e 1650. Além de reviver a antiga cultura greco-romana, ocorreram nesse período muitos progressos e incontáveis realizações no campo das artes, da literatura e das ciências, que superaram a herança clássica. O ideal do humanismo foi sem duvida o móvel desse progresso e tornou-se o próprio espírito do Renascimento. Trata-se de uma volta deliberada, que propunha a ressurreição consciente (o re-nascimento) do passado, considerado agora como fonte de inspiração e modelo de civilização. Num sentido amplo, esse ideal pode ser entendido como a valorização do homem (Humanismo) e da natureza, em oposição ao divino e ao sobrenatural, conceitos que haviam impregnado a cultura da Idade Média.
Características gerais:
* Racionalidade
* Dignidade do Ser Humano
* Rigor Científico
* Ideal Humanista
* Reutilização das artes greco-romana
ARQUITETURA-
Os arquitetos renascentistas perceberam que a origem de construção clássica estava na geometria euclidiana, que usava como base de suas obras o quadrado, aplicando-se a perspectiva, com o intuito de se obter uma construção harmônica. Apesar de racional e antropocêntrica, a arte renascentista continuou cristã, porém as novas igrejas adotaram um novo estilo, caracterizado pela funcionalidade e portanto pela racionalidade, representada pelo plano centralizado, ou a cruz grega. Os palácios também foram construídos de forma plana tendo como base o quadrado, um corpo sólido e normalmente com um pátio central, quadrangular, que tem a função de fazer chegar a luz às janelas internas.
ESCULTURA-
Pode-se dizer que a escultura é a forma de expressão artística que melhor representa o renascimento, no sentido humanista. Utilizando-se da perspectiva e da proporção geométrica, destacam-se as figuras humanas, que até então estavam relegadas a segundo plano, acopladas às paredes ou capitéis. No renascimento a escultura ganha independência e a obra, colocada acima de uma base, pode ser apreciada de todos os ângulos.
Dois elementos se destacam: a expressão corporal que garante o equilíbrio, revelando uma figura humana de músculos levemente torneados e de proporções perfeitas; e as expressões das figuras, refletindo seus sentimentos. Mesmo contrariando a moral cristã da época, o nu volta a ser utilizado refletindo o naturalismo.
Encontramos várias obras retratando elementos mitológicos, como o Baco, de Michelangelo, assim como o busto ou as tumbas de mecenas, reis e papas.
PINTURA-
Duas grandes novidades marcam a pintura renascentista: a utilização da perspectiva, através da qual os artistas conseguem reproduzir em suas obras, espaços reais sobre uma superfície plana, dando a noção de profundidade e de volume, ajudados pelo jogo de cores que permitem destacar na obra os elementos mais importantes e obscurecer os elementos secundários, a variação de cores frias e quentes e o manejo da luz permitem criar distâncias e volumes que parecem ser copiados da realidade; e a utilização da tinta à óleo, que possibilitará a pintura sobre tela com uma qualidade maior, dando maior ênfase à realidade e maior durabilidade às obras.
Em um período de ascensão da burguesia e de valorização do homem no sentido individualista, surgem os retratos ou mesmo cenas de família, fato que não elimina a produção de caráter religioso, particularmente na Itália. Nos Países Baixos destacou-se a reprodução do natural de rostos, paisagens, fauna e flora, com um cuidado e uma exatidão assombrosos, o que acabou resultando naquilo a que se deu o nome de Janela para a Realidade.
As obras de Antonio Allegri refletem bem o espírito do renascimento, caracterizadas por elementos que remontam ao passado clássico, elementos religiosos e por grande sensualidade, destacando a perfeição das formas e a beleza do corpo, junto a presença de anjos.
Curiosidades-
- A Capela Sistina foi construída por ordem de Sisto IV (retangular 40 x 13 x 20 altura). E é na própria Capela que se faz o Conclave: reunião com os cardeais após a morte do Papa para proceder a eleição do próximo. Lareira que produz fumaça negra - que o Papa ainda não foi escolhido; fumaça branca - que o Papa acaba de ser escolhido, avisa o povo na Praça de São Pedro, no Vaticano
- Michelângelo dominou a escultura e o desenho do corpo humano maravilhosamente bem, pois tendo dissecado cadáveres por muito tempo, assim como Leonardo da Vinci, sabia exatamente a posição de cada músculo, cada tendão, cada veia.
- Além de pintor, Leonardo da Vinci, foi grande inventor. Dentre as suas invenções estão: “Parafuso Aéreo”, primitiva versão do helicóptero, a ponte elevadiça, o escafandro, um modelo de asa-delta, etc.
- Quando deparamos com o quadro da famosa MONALISA não conseguimos desgrudar os olhos do seu olhar, parece que ele nos persegue. Por que acontece isso? Será que seus olhos podem se mexer? Este quadro foi pintado, pelo famoso artista e inventor italiano Leonardo da Vinci (1452-1519) e qual será o truque que ele usou para dar esse efeito? Quando se pinta uma pessoa olhando para a frente (olhando diretamente para o espectador) tem-se a impressão que o personagem do quadro fixa seu olhar em todos. Isso acontece porque os quadros são lisos. Se olharmos para a Monalisa de um ou de outro lado estaremos vendo-a sempre com os olhos e a ponta do nariz para a frente e não poderemos ver o lado do seu rosto. Aí está o truque em qualquer ângulo que se olhe a Monalisa a veremos sempre de frente.
Arte Barroca
A arte barroca originou-se na Itália (séc. XVII) mas não tardou a irradiar-se por outros países da Europa e a chegar também ao continente americano, trazida pelos colonizadores portugueses e espanhóis.
As obras barrocas romperam o equilíbrio entre o sentimento e a razão ou entre a arte e a ciência, que os artistas renascentistas procuram realizar de forma muito consciente; na arte barroca predominam as emoções e não o racionalismo da arte renascentista.
É uma época de conflitos espirituais e religiosos. O estilo barroco traduz a tentativa angustiante de conciliar forças antagônicas: bem e mal; Deus e Diabo; céu e terra; pureza e pecado; alegria e tristeza; paganismo e cristianismo; espírito e matéria.
Suas características gerais são:
* emocional sobre o racional; seu propósito é impressionar os sentidos do observador, baseando-se no princípio segundo o qual a fé deveria ser atingida através dos sentidos e da emoção e não apenas pelo raciocínio.
* busca de efeitos decorativos e visuais, através de curvas, contracurvas, colunas retorcidas;
* entrelaçamento entre a arquitetura e escultura;
* violentos contrastes de luz e sombra;
* pintura com efeitos ilusionistas, dando-nos às vezes a impressão de ver o céu, tal a aparência de profundidade conseguida.
Escultura-
A Contra-Reforma deu uma atenção redobrada à imaginária sacra, seguindo antiga tradição que afirmava que as imagens de santos, pintadas ou esculpidas, eram intermediários para a comunicação dos homens com as esferas espirituais. São João da Cruz afirmava que havia uma relação recíproca entre Deus e os fiéis que era mediada pelas imagens, e vários outros religiosos católicos, como São Carlos Borromeu e Roberto Bellarmino reiteraram sua importância no culto, mas o valor delas havia sido negado pelos protestantes, o que desencadeou grandes movimentos iconoclastas em várias regiões protestantes que provocaram a destruição de incontáveis obras de arte. A imaginária sacra, então, voltou a ser vista como elemento central no culto católico, fazia parte de um conjunto de instrumentos usados pela Igreja para invocar emoções específicas nos fiéis e levá-los à meditação espiritual. Num tratado teórico sobre o assunto, Gabriele Paleotti as defendeu a partir da idéia de que elas ofereciam para o fiel inculto uma espécie de Bíblia visual, a Biblia pauperum, enfatizando sua função pedagógica e seu paralelo com o sermão verbal. Mas considerou ainda a função da excitatio, a possibilidade de mexer com a imaginação e as emoções do povo, transferindo para a arte sacra a tipologia da retórica. Nem a liberdade artística deveria ser tolhida nem os teóricos desenvolveriam prescrições estilísticas propriamente ditas, apenas orientações normativas e morais. As imagens deveriam cumprir com o quesito de serem instrutivas e moralmente exemplares para os fiéis, buscando persuadí-los. Através da transmissão da fé "correta" aos fiéis, o artista adquiria um papel teologizante, e o próprio espectador em movimento pela igreja tornava-se uma peça do cenário deste "teatro da fé". Como disse Jens Baumgarten,
Pintura-
Andrea Pozzo, codificando a técnica da perspectiva arquitetônica ilusionística em seu tratado Perspectiva Pictorum et Architectorum, foi o responsável pela divulgação em larga escala de uma das mais típicas modalidades de pintura do Barroco, a criação de grandes tetos pintados onde as paredes do templo parecem continuar para cima e se abrir para o céu, oferecendo a visão de uma epifania onde santos, anjos e Cristo parecem descer entre nuvens e resplendores de glória. A técnica não era inteiramente nova e já havia sido praticada por outros como Correggio e Michelangelo no Maneirismo, mas o tratado de Pozzo se tornou canônico, sendo traduzido para várias línguas ocidentais, e até para o chinês. Enquanto que seus predecessores continham o céu num espaço mais limitado, Pozzo e seus seguidores buscaram deliberadamente uma impressão de infinitude.
Também típica da pintura barroca foi a corrente dedicada à exploração especialmente dramática dos contrastes de luz e sobra, a chamada escola Tenebrista. Seu nome deriva de tenebra (treva, em latim), e é uma radicalização do princípio do chiaroscuro. Teve precedentes na Renascença e se desenvolveu com maior força a partir da obra do italiano Michelangelo Merisi, dito Caravaggio, sendo praticada também por outros artistas da Espanha, Países Baixos e França. Como corrente estilística teve curta duração, mas em termos de técnica representou uma importante conquista, que foi incorporada à história da pintura ocidental. Por vezes o Tenebrismo é entendido como sinônimo de Caravaggismo, mas não são coisas idênticas. Os intensos contrastes de luz e sombra emprestam um aspecto monumental aos personagens, e embora exagerada, é uma iluminação que aumenta a sensação de realismo. Torna mais evidentes as expressões faciais, a musculatura adquire valores escultóricos, e se enfatizam o primeiro plano e o movimento. Ao mesmo tempo, a presença de grandes áreas enegrecidas dá mais importância à pesquisa cromática e ao espaço iluminado como elementos de composição com valor próprio. Na França Georges de La Tour foi um dos adeptos da técnica; na Itália, Battistello Caracciolo, Giovanni Baglione e Mattia Preti, e na Holanda, Rembrandt van Rijn. Mas talvez os mais notáveis representantes sejam os espanhóis José de Ribera, Francisco Ribalta e Francisco de Zurbarán.
Também se tornaram comuns no Barroco a pintura de naturezas-mortas e interiores domésticos, refletindo a crescente influência dos gostos burgueses. Nos Países Baixos protestantes foram um dos traços distintivos do Barroco local, conhecido ali como a Era Dourada da pintura. Na época a região era uma das mais prósperas da Europa, e estando livre do controle católico pôde manter uma tradição de liberdade de pensamento, dentro de uma organização política bastante democrática. Tinha a burguesia comerciante como sua classe social mais influente, a qual patrocinava uma pintura essencialmente secular, de caráter único no panorama barroco. Entre seus principais expoentes se contam Frans Hals, Vermeer, Frans Snyders, Pieter de Hooch, Meindert Hobema, Jacob Jordaens, Anthony van Dyck, Jacob van Ruisdael e Rembrandt. Oriundo da mesma região, Rubens, um dos maiores pintores de todo o período, se enquadra em uma outra tradição por ter sido católico e por ter cultivado um estilo pessoal cosmopolita e eclético. Também se cultivou ali a pintura de paisagem, geralmente despojada de conteúdo narrativo ou dramático, ao contrário de outras regiões européias, onde muitas vezes a paisagem foi produzida como um cenário para cenas históricas, alegóricas ou religiosas, como foi o caso de Nicolas Poussin e Claude Lorrain, os principais representantes da vertente classicista do Barroco. Na Espanha o Barroco pictórico tingiu-se de um misticismo desconhecido em outras paragens, inspirado no dramatismo do Tenebrismo, já citado, e na obra de mestres como Francisco Pacheco e em particular El Greco, possivelmente o mais típico integrante da corrente mística. Podemos citar como outros pintores importantes no Barroco Diego Velázquez, Bartolomé Esteban Murillo, Pietro da Cortona, Giovanni Battista Tiepolo, Guercino, Guido Reni, Salvator Rosa, os Carracci, Hyacinthe Rigaud, Charles Le Brun, Philippe de Champaigne, Simon Vouet e Josefa de Óbidos, uma das pouquíssimas mulheres artistas do período.
Arquitetura-
A arquitetura barroca é caracterizada pela complexidade na construção do espaço e pela busca de efeitos impactantes e teatrais, uma preferência por plantas axiais ou centralizadas, pelo uso de contrastes entre cheios e vazios, entre formas convexas e côncavas, pela exploração de efeitos dramáticos de luz e sombra, e pela integração entre a arquitetura e a pintura, a escultura e as artes decorativas em geral. O exemplo precursor da arquitetura barroca geralmente é apontado na Igreja de Jesus em Roma, cujo projeto foi de Giacomo Vignola e a fachada e a cúpula de Giacomo della Porta. Vignola partiu de modelos clássicos estabelecidos pelo Renascimento, que por sua vez se inspiraram na tradição arquitetônica da Grécia e da Roma antigas. As diferenças introduzidas por ele foram a supressão do transepto, a ênfase na axialidade e o encurtamento da nave, e procurou obter uma acústica interna eficaz. A fachada se tornou um modelo para as gerações futuras de igrejas jesuítas, com pilastras duplas sustentando um frontão no primeiro nível, e um outro frontão, maior, coroando toda a composição. O interior era originalmente despojado, e seu aspecto atual é resultado de decorações no final do século XVII, destacando-se um grande painel pintado no teto com o recurso da arquitetura ilusionística.
Logo depois de completa a Igreja, o papa Sisto V revitalizou um projeto de reurbanização de Roma que havia sido iniciado no século XV. Sua preocupação foi adaptar a cidade a um conceito urbano mais moderno, organizado e espaçoso, permitindo uma circulação facilitada numa cidade que ainda mantinha muito de seu perfil medieval, com ruas estreitas e tortuosas e poucos logradouros públicos amplos. O projeto previu uma organização radial de avenidas importantes, endireitamento de ruas, ampliação e embelezamento de praças e parques com fontes e monumentos, numa perpectiva monumental, e se revelou tão eficiente que foi mantido pelos seus sucessores, sendo continuamente aprimorado e embelezado ao longo de todo o século XVII. Também se construíram muitas novas igrejas e palácios, outros foram reformados, como várias estruturas do Vaticano, entre elas a Basílica de São Pedro, o maior monumento romano do Barroco, completada por Bernini. As inovações na planta de Roma se tornaram modelares, e logo passaram a inspirar a reurbanização de várias cidades italianas, se irradiando também para a Alemanha, França e outros países, em interpretações variadas e em vários casos alterando radicalmente o perfil urbano, como por exemplo em Salzburgo, Dresden, Viena, Praga, Nuremberg, Graz, Cracóvia, Munique, Nápoles e Madrid. Isso se fez mais evidente na recuperação econômica européia após as múltiplas crises e guerras do início do século XVII. À medida que os Estados absolutistas se consolidavam, alianças renovadas entre o Estado, a Igreja e a nobreza possibilitaram a reformulação das cidades a fim de expressar seu poder e um novo senso de ordem, manifestos em construções suntuosas e ostentatórias. Esse programa foi especialmente intenso onde dinastias católicas governavam e apoiavam a Contra-Reforma, mas mesmo em regiões onde o absolutismo católico não prosperou, como nos Países Baixos e Alemanha protestantes, as novidades foram aceitas e implementadas na esteira da expansão e transformação da economia e da sociedade, e em vista das necessidades novas impostas pelo aumento populacional.
Na arquitetura barroca foi importante a observação de proporções geométricas definidas, como a Seção Áurea e a Sequência de Fibonacci, uma vez que a teoria da arquitetura estava permeada de concepções que a relacionavam com a estrutura do universo. Acreditava-se que o cosmos fosse estruturado por proporções matemáticas, que a Terra e os outros planetas se moviam dentro de molduras concêntricas cristalinas, invisíveis e impalpáveis, mas não obstante reais, que deveria ser imitadas na construção dos edifícios e no planejamento urbano, refletindo também a ideologia do Estado centralizado. Além disso, outras artes foram recrutadas pelos arquitetos para tornar a edificação barroca um espetáculo completo, carregado de alegorias e simbolismo, como a pintura, a escultura, as artes decorativas, todas reunidas para ilustrar a ideologia dominante. Já foi dito que na época se concebia o mundo como um vasto teatro onde cada um desempenhava um papel definido através de regras predeterminadas, e entre as estratégias empregadas para a exibição do poder estavam representações teatrais, concertos e produção literária engajada na glorificação dos Estados e dos governantes. Como disse John Marino, os cidadãos da "cidade cerimonial" barroca constantemente se dedicavam a representações públicas como festivais cívicos, procissões e outros ritos devocionais e vários tipos de demonstrações populares. Monumentos, imagens, escritos e emblemas de civismo e fé, ornamentações, paramentos e construções efêmeras se cobriam de alegorias políticas, mitológicas e astrológicas que se fundiam para veicular mensagens polivalentes para uma audiência urbana de extração diversificada. Tais eventos faziam parte do processo ritualizado e doutrinatório que criava uma identidade coletiva, expressava hierarquias definidas e a solidariedade urbana, ao mesmo tempo em que alimentava rivalidades e competição entre classes, gêneros, ofícios, famílias, amigos e vizinhos, e por isso às vezes degeneravam em conflitos violentos.
Entre os arquitetos notáveis na Itália, além dos já citados, se contam Domenico Fontana, Carlo Maderno, Borromini, Carlo Rainaldi, Guarino Guarini, Bernardo Vitone, Francesco Bartolomeo Rastrelli e Filippo Juvarra. Outros europeus foram Johann Balthasar Neumann, Johann Michael Fischer, Christoph Dientzenhofer, Johann Christoph Glaubitz, Louis Le Vau, Charles Perrault, François Mansart, Jules Hardouin-Mansart, Jacob van Campen, Fernando de Casas Novoa, a família Churriguera, Christopher Wren, John Vanbrugh, James Gibbs, João Frederico Ludovice e João Antunes. No Brasil, Daniel de São Francisco, Aleijadinho e Francisco de Lima Cerqueira.
Rococó
O rococó é um movimento artístico europeu, que aparece primeiramente na França, entre o barroco e o Arcadismo. Visto por muitos como a variação "profana" do barroco, surge a partir do momento em que o Barroco se liberta da temática religiosa e começa a incidir-se na arquitetura de palácios civis, por exemplo. Literalmente, o rococó é o barroco levado ao exagero.
A expressão "época das Luzes" é, talvez, a que mais frequentemente se associa ao século XVIII. Século de paz relativa na Europa, marcado pela Revolução Americana em 1776 e pela Revolução Francesa em 1789. No âmbito da história das formas e expressões artísticas, o Século das Luzes começou ainda sob o signo do Barroco. Quando terminou, a gramática estilística do Neoclassicismo dominava a criação dos artistas. Entre ambos, existiu o Rococó. Na ourivesaria, no mobiliário, na pintura ou na decoração dos interiores dos hotéis parisienses da aristocracia, encontram-se os elementos que caracterizam o Rococó: as linhas curvas, delicadas e fluídas, as cores suaves, o caráter lúdico e mundano dos retratos e das festas galantes, em que os pintores representaram os costumes e as atitudes de uma sociedade em busca da felicidade, da alegria de viver, dos prazeres sensuais.
O Rococó é também conhecido como o "estilo da luz" devido aos seus edifícios com amplas aberturas e sua relação com o século XVIII.
Em Portugal aparece na numismática a cerca de 1726 e prolongou-se até 1790 nos principais domínios artísticos. Na corte e no Sul do país desaparece mais cedo, dando lugar ao neoclassicismo. É nas províncias do Norte, particularmente Noroeste, que se encontra a versão mais original do património artístico rococó metropolitano, graças à talha dourada de formas «gordas» de certas igrejas do Porto, Braga, Guimarães, etc., executada por notáveis artistas na segunda metade do século XVIII (Fr. José de Santo António Vilaça, Francisco Pereira Campanhã, etc.) e na escultura ganítica, que decora numerosos edifícios religiosos e profanos na área: igreja da Ordem Terceira do Carmo (1758-68) por José Figueiredo Seixas, Capela do Terço (1756-75); em Viana do Castelo, a capela dos Malheiros Reimões, etc.
Os pintores mais representativos foram François Boucher, Antoine Watteau e Jean-Honoré Fragonard
No Brasil o estilo revelou-se tardiamente, pois já no início do século XIX, na escultura de madeira e de «pedra-sabão», na pintura mural e na arquitectura, com José Pereira Arouca, Francisco Xavier de Brito, Manuel da Costa Ataíde e António Francisco Lisboa, o Aleijadinho.
O rococó tem como principais características:
Cores claras;
Tons pastéis e douramento;
Representação da vida profana da aristocracia;
Representação de Alegorias;
Estilo decorativo.
Possui leveza na estrutura das construções.
Unificação do espaço interno, com maior graça e intimidade.
Texturas suaves.
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Neoclassicismo
A pregação da tolerância; a reação contra a aristocracia e a Revolução Industrial inglesa.
Entre as mudanças filosóficas, ocorridas com o iluminismo, e as sociais, com a revolução francesa, a arte deveria tornar-se eco dos novos ideais da época: subjetivismo, liberalismo, ateísmo e democracia. Esses foram os elementos utilizados para reelaborar a cultura da antigüidade clássica, greco-romana.
No século XVIII, as rápidas e constantes mudanças acabaram por dificultar o surgimento de um novo estilo artístico. O melhor seria recorrer ao que estivesse mais à mão: a equilibrada e democrática antigüidade clássica. E foi assim que, com a ajuda da arqueologia (Pompéia tinha sido descoberta em 1748), arquitetos, pintores e escultores logo encontraram um modelo a seguir.
Surgiram os primeiros edifícios em forma de templos gregos, as estátuas alegóricas e as pinturas de temas históricos. As encomendas já não vinham do clero e da nobreza, mas da alta burguesia, mecenas incondicionais da nova estética. A imagem das cidades mudou completamente. Derrubaram-se edifícios e largas avenidas foram traçadas de acordo com as formas monumentais da arquitetura renovada, ainda existente nas mais importantes capitais da Europa.
Principais características:
* retorno ao passado, pela imitação dos modelos antigos greco-latinos;
* academicismo nos temas e nas técnicas, isto é, sujeição aos modelos e às regras ensinadas nas escolas ou academias de belas-artes;
* arte entendida como imitação da natureza, num verdadeiro culto à teoria de Aristóteles.
ARQUITETURA
Tanto nas construções civis quanto nas religiosas, a arquitetura neoclássica seguiu o modelo dos templos greco-romanos ou o das edificações do Renascimento italiano. Exemplos dessa arquitetura são a igreja de Santa Genoveva, transformada depois no Panteão Nacional, em Paris, e a Porta do Brandemburgo, em Berlim.
PINTURA
A pintura desse período foi inspirada principalmente na escultura clássica grega e na pintura renascentista italiana, sobretudo em Rafael, mestre inegável do equilíbrio da composição.
Características da pintura:
* Formalismo na composição, refletindo racionalismo dominante.
* Exatidão nos contornos
* Harmonia do colorido