A Pata da Gazela
III
Ninguém imagina que belos talentos sorve essa voragem do mundo que chamam a vida elegante.
São como as árvores luxuriantes que se vestem de linda folhagem, e consomem toda a seiva nessa gala estéril e efêmera.
Nunca elas dão fruto, nem sequer flor.
Horácio de Almeida era uma de tantas inteligências desperdiçadas no incessante bulício da moda.
Muitos poetas, dos que têm seu nome estampado em rosto de livro não empregaram na fábrica de seus versos o
aticismo, a
inspiração e a graça com que o nosso leão torneava no baile um galanteio, ou aguçava um epigrama.
Pintores são festejados, que não sabem o segredo dos toques delicados, e do supremo gosto, que Horácio imprimia no
laço
de sua gravata, em suas maneiras distintas, nos mínimos acidentes de seu traje apurado.
E a fisiologia?
Poucos homens conheciam como Horácio o coração da mulher; porque bem raros o teriam estudado com tanta
assiduidade.
O mais sábio professor ficaria estupefato da lucidez admirável, com que o leão costumava ler nesse caos da paixão, que
a
anatomia chamou coração de mulher.
A razão é simples. O professor estudou no gabinete; consultou as obras dos mestres, coligiu observações alheias, e
arranjou
um sistema sobre o que não sofre regras: sobre a paixão cuja essência é o imprevisto, o anômalo, o indefinível.
Ao contrário, Horácio tinha estudado na realidade da vida; devassara os refolhos do pólipo, lhe sentira as pulsações, e
fizera
experiências in anima Vili. Não fatigou sua memória com a inútil bagagem dos termos técnicos e das noções científicas:
lia os
hieróglifos do amor com a linguagem garrida do homem da moda.
A perspicácia do olhar, a profundeza da investigação e a certeza de observação, com que o nosso leão sondava o abismo
do
coração e rastreava no semblante da mulher os vagos sintomas de uma inclinação nascente, ou de uma afeição
expirante, só
os grandes médicos possuem tão altos dotes.
Assim gastava Almeida a mocidade, desfolhando seu belo talento pelas salas e pontos de reunião. As riquezas de sua
elevada
inteligência, as ia ele esparzindo nas elegantes futilidades de um ócio tão laborioso, como é o far niente de um leão.
Consumir o tempo não se apercebendo de sua passagem; livrar-se do fardo pesado das horas sem ocupação; há nada
mais
difícil para o homem que ignora o trabalho?
Se o Almeida poupasse desse tempo tão esperdiçado alguns momentos no dia para dedicá-los a um fim sério e útil, à
ciência,
à literatura, à arte, que belos triunfos não obteria sua rica imaginação servida por um espírito cintilante?
Mas o nosso leão tinha a este respeito idéias excêntricas.
-- A política, dizia ele, quando não dá em especulação, passa a mistificação. A ciência, se escapa de mania, torna-se
uma
gleba em que o sábio trabalha para o néscio. Literatura e arte são plágios; quem pode fazer poesia e romance ao vivo,
não se
dá ao trabalho de reproduzi-los; nem contempla estátuas, quem lhes admira os modelos animados e palpitantes.
Com tais paradoxos, Horácio não achava emprego mais digno para a inteligência, do que a difícil ciência de consumir
gradualmente a vida e atravessar sem fadiga e sem reflexão por este vale de lágrimas, em que todos peregrinamos
A mulher era para ele a obra suprema, o verbo da criação. Toda a religião como toda a felicidade, toda a ciência como
toda
a poesia, Deus a tinha encarnado nesse misto incompreensível do sublime e do torpe, do celeste e do satânico:
amálgama de
luz e cinzas, de lodo e néctar.
-- Amar é adorar a Deus na sua ara mais santa, a mulher. Amar é estudar a lei da criação em seu mais profundo mistério,
a
mulher. Amar é admirar o belo em sua mais esplêndida revelação; é fazer poemas e estátuas como nunca as realizou o
gênio
humano.
Mas o que sentia Horácio era apenas o culto da forma, o fanatismo do prazer.
O amor, o verdadeiro amor consiste na possessão mútua de duas almas; e essa, pode o homem iludir-se alguma vez, mas
quando se realiza, é indissolúvel. Nada separa duas almas gêmeas que prende o vínculo de sua origem divina.
O mancebo admirava na mulher a formosura unicamente: apenas artista, ele procurava um tipo. Durante dez anos
atravessara
os salões, como uma galeria de estátuas animadas e vivos painéis, parando um instante em face dessas obras-primas da
natureza.
Vieram uns após outros todos os tipos: a beleza ardente das regiões tépidas, ou a suave gentileza da rosa dos Alpes; o
moreno voluptuoso ou a alvura do jaspe; a fronte soberana e altiva ou o gesto gracioso e meigo; o talhe opulento e
garboso
ou as formas esbeltas e flexíveis.
Seu gosto foi-se apurando; e ao cabo de algum tempo tornou-se difícil. A beleza comum já não o satisfazia; era preciso
a
obra-prima para excitar-lhe a atenção e comovê-lo.
Mas os sentidos se gastam; os mesmos primores da formosura caíram na monotonia. Já o leão não sentia pela mais bela
mulher aqueles entusiasmos ardentes da primeira mocidade. Seu olhar era frio e severo como o de um crítico.
Então, começou o moço a amar, ou antes a admirar, a mulher em detalhe. Sua alma embotada carecia de um sainete. Foi
a
princípio uma boca bonita, cofre de pérolas, de sorrisos, de beijos e harmonias. Veio depois uma trança densa e negra,
como
a asa da procela que se inflama. Uma cintura de sílfide, um colo de cisne, um requebro sedutor, um sinal da face, uma
graça
especial, um não sei que: tudo recebeu culto do nosso leão.
Como um conviva, a quem as iguarias do banquete já não excitam, sua alma babujava na sala essas gulosinas. Mas
afinal
embotou-se; e o prazer não foi para ela mais do que a vulgar satisfação de um hábito.
O moço cortejava as senhoras como uma ocupação indispensável à sua vida, como o desempenho da tarefa diária; mas
sem
a menor comoção.
Amar era um entretenimento do espírito, como passear a cavalo, freqüentar o teatro, jogar uma partida de bilhar.
O amor já não tinha novidades nem segredos para ele, que o gozara em todas as formas; na comédia e no drama; no
idílio e
na ode. Como Richelieu, diziam até que ele já o havia calcado com o tacão da bota.
Nestas circunstâncias bem se compreende a impressão profunda que nele produzia a mimosa botina, achada naquela
manhã.
Almeida tinha admirado a mulher em todos os tipos e em todos os seus encantos; mas nunca a tinha amado sob a forma
sedutora de um pezinho faceiro. Era realmente para surpreender. Como lhe passara despercebido esse condão mágico da
mulher, a ele que julgava ter esgotado todas as emoções do amor?
Sucedeu, como era natural, que uma vez percutidas as energias dessa alma enervada por longa apatia, a reação foi
violenta.
Inflamou-se a imaginação e especialmente com o toque do mistério que trazia a aventura. Se o dono da botina, o
sonhado
pezinho, se mostrasse desde logo, não produziria o mesmo efeito; não teria o sabor do desconhecido, que é irmão do
proibido.
Imagine, quem conhecer o coração humano, a veemência dessa paixão, excitada pelo tédio do passado e alimentada por
uma
imaginação ociosa. De que loucuras não é capaz o homem que se torna ludíbrio de sua fantasia?
As extravagâncias de Horácio, contemplando a botina, verdadeiras infantilidades de homem feito, bem revelavam a
agitação
dessa existência, embotada para o verdadeiro amor e gasta pelo prazer.
Não se riam, homens sérios e graves, não zombem de semelhantes extravagâncias; são elas o delírio da febre do
materialismo
que ataca o século.
Essa paixão de Horácio, o que é senão aberração da alma, consagrada ao culto da matéria? A voracidade insaciável do
desejo vai criando dessas monstruosidades incompreensíveis.
Sucede a esta embriaguez do amor o mesmo que à embriaguez do álcool. A princípio basta-lhe o vinho fino e
aristocrático;
depois carece da aguardente; e por fim já não a satisfaz a infusão do gengibre em rum, isto é, a larva de um vulcão
preparada
à guisa de grogue.
IV
Ao mesmo tempo que o nosso leão, entrava Leopoldo de Castro na modesta habitação que então ocupava na Glória.
Quando lhe fugira a celeste visão, o mancebo foi seguindo com o passo e com os olhos o carro que levava sua alma
presa
àquele rosto encantador. O passo era rápido e o olhar ardente; um ansiava por chegar; o outro quisera atrair pela força
da
paixão, pelo ímã das centelhas magnéticas que desferia a alma.
Fosse ilusão dos sentidos perturbados pela comoção interior, ou breve e confusa percepção da realidade, julgou o moço
ver,
no momento do dobrar o carro pela Rua Sete de Setembro, um talhe esbelto inclinar-se para a frente, e aparecer de
relance
um rosto alvo, donde escapou-se vivo e rápido olhar.
Leopoldo não tinha o intento de alcançar, nem mesmo seguir, o carro que fugia com velocidade; mas embalava-o a
esperança
de que um obstáculo qualquer, impedindo por instantes o livre transito, lhe permitisse outra vez contemplar a moça.
Quando,
porém, isso não sucedesse, consolava-o a idéia de conhecer a direção que tomaria a linda vitória.
-- Se eu soubesse ao menos para que lado mora ela!... Esse ponto seria o meu horizonte, o meu céu. Me voltaria para ali
quando adorasse a Deus e quando conversasse com ela. Amaria as estrelas, as nuvens e até as borrascas dessa banda do
firmamento; amaria as ruas, as calçadas e até a poeira desse arrabalde da cidade.
O mancebo vagou assim durante duas horas, percorrendo as ruas sem destino. Não era tanto a esperança de ver a moça,
ou
somente o carro, como a necessidade de ocupar seu espírito, o que o impelia nessa perseguição de uma sombra.
-- Eu tornarei a vê-la, pensava ele consigo; e ela me há de amar, tenho convicção. O amor é um magnetismo; eu acredito
que
o magnetismo se resume nele; que a lei da atração não é senão a lei da simpatia; os pólos são a cabeça e o coração, na
terra
como no homem. Se ela for a mesma que eu vi com os olhos de minha alma, a mesma que se revelou à minha paixão,
aquela
a que devo unir-me eternamente para formar um ser mais perfeito, eu caminharei para ela, como ela para mim,
impelidos por
uma força misteriosa, por mútua aspiração.
Com o animo repousado por essa convicção que nele se derramara, entrou Leopoldo em casa. Aí o esperava o
isolamento
em que se ia escoando sua vida, depois da perda de uma irmã a quem adorava.
Nessa irmã tinha ele resumido todas as afeições da família, prematuramente arrebatada à sua ternura; o amor filial, que
não
tivera tempo de expandir-se, a amizade de um irmão, seu companheiro de infância, todos esses sentimentos cortados em
flor,
ele os transportara para aquele ente querido, que era a imagem de sua mãe.
Essa perda deixara um vácuo imenso no coração de Leopoldo; a princípio enchera-o a dor, depois a saudade; agora essa
mesma terna saudade sentia-se desamparada na profunda solidão daquele coração ermo. O mancebo carecia de uma
afeição
para povoar esse deserto de sua alma, de uma voz que repercutisse nesse lúgubre silêncio. É tão doce partilhar sua
melancolia, ou seu prazer, com um outro eu, com um amigo ou uma esposa. São dois ombros para a cruz, e dois peitos
para
a alegria; alivia-se o peso, mas duplica-se o gozo.
Ao cair da tarde, quando o crepúsculo já desdobrava sobre a cidade o véu de gaza pardacenta, Leopoldo, sentado à
janela
de peitoril de sua casa, fumava um charuto, com os olhos engolfados no azul diáfano do céu, onde cintilava a primeira
estrela.
A seus pés desdobrava-se a baía plácida e serena como um lago, com a sua graciosa cintura de montanhas,
caprichosamente
recortadas.O espírito do moço não se embebia decerto na perspectiva dessa encantadora natureza, sempre admirada e sempre n
ova.
Ao
contrário, abandonava-se todo às recordações de seu encontro pela manhã e aos enlevos que lhe deixara a contemplação
da
linda moça. Passava e repassava em sua memória, como em um cadinho, todas as circunstâncias mínimas deste grande e
importante acontecimento, desde o momento em que assomou a visão até que desapareceu por último ao dobrar o canto
da
rua.
Achava nisso o mesmo prazer que um menino guloso experimenta em chupar novamente os favos já saboreados: lá
ficou um
raio de mel, que o lábio ávido colhe. Para Leopoldo esses raios de mel eram os olhares, os movimentos, os sorrisos da
moça,
avivados pela maior contensão do espírito.
Houve uma ocasião em que o mancebo quis representar em sua lembrança a imagem da moça; naturalmente começou
interrogando sua memória a respeito dos traços principais. Como era ela? Alta ou baixa, torneada ou esbelta, loura ou
morena? Que cor tinham seus olhos?
A nenhuma dessas interrogações satisfez a memória; porque não recebera a impressão particular de cada um dos traços
da
moça. Não obstante, a aparição encantadora ressurgia dentro de sua alma; ele a revia tal como se desenhara a seus olhos
algumas horas antes. Era a imagem diáfana de um sonho que tomara vulto gracioso de mulher.
-- Não me lembro de seus traços, não posso lembrar-me!... murmurava no íntimo. Eu a contemplei, como se contempla
uma
luz brilhante: vê-se a chama, o esplendor, e nem se repara no espectro que a flama envolve como uma roupagem. Ela é
minha
luz; não sei a cor e a forma que tem, mas sei que cintila, que me deslumbra; que inunda meu ser de uma aurora celeste.
Não
poderia descrevê-la, como um poeta... Mas que importa? Pois que eu a sinto em mim; pois que eu a possuo em meu
coração?
As pálpebras do mancebo cerraram-se coando apenas uma réstia de olhar, que se embebia nas alvas espirais da fumaça
do
charuto. Percebia-se que naquela névoa se debuxava à sua imaginação a sedutora imagem, diante da qual ele caía em
êxtases
de uma doçura inefável.
-- Quem sabe? Talvez não seja ela o que nos bailes se chama uma moça bonita; talvez não tenha as feições lindas e o
talhe
elegante. Mas eu a amo!... O amor é sol do coração; imprime-lhe o brilho e o matiz! Vênus, a deusa da formosura,
surgindo
da espuma das ondas, não é outra coisa senão o mito da mulher amada, surgindo dentre as puras ilusões do coração! O
que
eu admiro nela, o que me enleva, é sua beleza celeste; é o anjo que transparece através do invólucro terrestre; é a alma
pura e
imaculada que se derrama de seus lábios em sorrisos, e a envolve como a cintilação de uma estrela.
Leopoldo já não estava só na existência; tinha para acompanhá-lo na esperança essa doce aparição, como para partilhar
a
saudade tinha a memória querida de sua irmã. O coração aproximou as duas imagens; ligou-as por algum vínculo
misterioso; e
criou assim uma família ideal, em cujo seio viveu para o futuro, como para o passado.
Nas horas do trabalho, o moço absorvia-se completamente nas ocupações habituais e cerrava sua alma para não deixar
que
as misérias do mundo aí penetrando profanassem o templo de sua adoração, o templo da esperança e da saudade. Fora
dessas longas horas, encerrava-se naquele asilo e aí vivia.
Alguns dias depois do encontro da Rua da Quitanda, o Castro percorrendo distraidamente os jornais da manhã, deu com
osolhos sobre os anúncios de espetáculo, coisa que desde muito tempo não existia para ele. Representava-se no Teatro
Lírico a
Lúcia de Lamermoor, o mais sublime poema de melancolia, que já se escreveu na língua dos anjos.
O mancebo teve um desejo irresistível de ir aquela noite ao espetáculo, apesar de conservar ainda o luto pesado. Não
compreendia esse capricho de seu coração; atribuiu-o ao encanto das reminiscências daquela música tão triste, e
também
daquele amor tão estremecido, que os homens quiseram romper, mas a fatalidade uniu para sempre no túmulo. Ele ia
saturar-se de tristeza; não havia, portanto, profanação de uma dor santa.
Eram perto de dez horas; cantava-se o final do segundo ato da ópera, e Leopoldo, sentado em uma cadeira, do lado
direito,
estava completamente absorvido no canto magistral de Lagrange e Mirate. Um momento, porém, ergueu os olhos, e
volvendo-os lentamente, fitou-os em um camarote de segunda ordem. Estremeceu; o olhar morno e baço que se
escapava de
sua pupila iluminou-se de fogos sombrios e ardentes.
Vira a mulher amada.
Amélia estava nessa noite em uma de suas horas de inspiração, a mulher bela tem, como o homem de inteligência, em
certos
momentos influições enérgicas de poesia; nessas ocasiões ambos irradiam- a mulher fica esplêndida, o homem sublime.
O talhe esbelto da moça desenhava-se através da nívea transparência de um lindo vestido de tarlatana com laivos
escarlates.
Coroava-lhe a fronte o diadema de suas belas tranças, donde resvalavam dois cachos soberbos, que brincavam sobre o
colo.
Os cabeleireiros chamam esses cachos de arrependimentos, repentirs. Por que motivo? A alma que se arrepende
envolve-se
daquela forma; o pesar a confrange. Já se vê que os cabeleireiros também são poetas.
Não foi, porém, o suave perfil da moça, nem os contornos maciços de suas formas gentis, o que arrebatou o espírito do
mancebo. Ele só viu a luz, o brilho d'alma, rorejando do sorriso. Contemplava a rosa, embebia-se nela, sem contar-lhe
as
pétalas.
Amélia, que apoiava o lindo braço sobre a almofada de veludo da balaustrada, prestava atenção à cena, recolhendo `as
vezes
a vista para discorrê-la vagamente pelos camarotes fronteiros. Depois que o pano caiu, conservou-se na mesma posição,
conversando com sua mãe e Laura que ali estava de visita. Então voltou rapidamente o rosto, e deixou cair sobre a
platéia um
olhar súbito e vivo. Foi uma centelha elétrica, listrando no espaço, para logo apagar-se.
Revelou-se no semblante da moça alguma inquietação e visível incômodo. Quis disfarçar, mas afinal ergueu-se, para
ocultar-se no interior do camarote, por detrás de Laura, a qual ocupava o outro lugar da frente.
O olhar que deitara à platéia encontrou o olhar profundo e ardente de Leopoldo; e batendo de encontro a esse raio
brilhante,
reagiu como estilete para feri-la no coração.
Leopoldo notou vagamente esse movimento; mas como entre a coluna e o busto de Laura ele via a sombra da mulher a
quem
amava, não se interrompeu seu enlevo. De vez em quando passava-lhe pelo rosto um lampejo sutil, no qual pressentia o
olhar
furtivo da moça.